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Europa

Eleições francesas chegam na reta final sem um claro favorito

16 abr 2017 - 12h12
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A campanha eleitoral francesa entra neste domingo em sua última semana com quatro dos 11 candidatos com possibilidades para vencer o primeiro turno, que será realizado no dia 23 de abril.

As últimas pesquisas mostram uma situação inédita, na qual esses quatro candidatos se situam dentro da margem de erro: o social-liberal Emmanuel Macron e a ultradireitista Marine Le Pen, empatados com 22% das intenções de voto; o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, com 20%, e o conservador François Fillon, com 19%.

O socialista Benoît Hamon aparece com 7,5%, penalizado pela fuga dos votos da esquerda para Mélenchon e Macron.

"Sei que estarei no segundo turno ", disse hoje Fillon em uma entrevista ao "Le Journal du Dimanche" (JDD), na qual falou que acredita que a acusação por falsificação e peculato não abalou sua "autoridade moral" para exercer a chefia de Estado.

Igualmente confiante se mostrou ao "Le Parisien" Mélenchon. "Quando concorro nas eleições, é para ganhar", apontou um aspirante cujo auge nos últimos dias provocou as primeiras especulações sobre um hipotético segundo turno em 7 de maio entre ele e Le Pen.

Nesse duelo, ou também se enfrentasse qualquer um dos outros dois candidatos, a líder da Frente Nacional (FN) sairia derrotada, de acordo com as projeções feitas pelas pesquisas.

Por isso, a sete dias do primeiro turno, as campanhas se centraram nos indecisos e em tentar reduzir a abstenção, em um momento no qual somente 66% dos franceses sabem em quem irão votar.

Em uma mensagem postada no Facebook, Fillon pediu hoje aos cidadãos que se mobilizem "com todas suas forças". "A vitória está a nosso alcance", disse confiante.

Comícios de campanha de Macron e de Le Pen em Paris e outro de Fillon em Nice darão engrenagem amanhã à máquina eleitoral, que multiplicará os encontros públicos nos dias seguintes em cidades como Toulouse, Nantes e Marselha.

A líder ultradireitista deixou clara ontem o recado a seus militantes. "Convencer um indeciso ou pegar na mão de um abstencionista" para conseguir chegar claramente na liderança no próximo domingo.

O JDD publicou hoje que a dinâmica a favor do FN se nutre principalmente na população masculina, jovens com menos de 35 anos e operários, bem como que 60% dos que lhe respaldam fazem por rejeição a outros partidos e não por adesão a suas ideias.

Neste último trecho eleitoral, a líder da extrema direita recorreu a um de seus temas prediletos, a imigração, com críticas a rivais como Mélenchon por querer "fazer com que todo mundo entre na França".

O representante do programa "La France Insoumise" tenta frear os medos criados contra eles por sua proposta de instaurar "uma política de co-desenvolvimento com a América Latina e o Caribe", unindo-se ao ALBA (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América).

"Queremos um projeto de cooperação e não militar ou comercial", apontou hoje em um encontro em Toulouse.

François Hollande, que apenas se pronunciou nesta campanha e mantém seu posto de presidente mais impopular da V República, criticou hoje algumas de suas propostas, e lamentou que os sucessivos escândalos das últimas semanas não tenham permitido debater a fundo sobre os programas.

O último chega com as suspeitas de fraude nessas eleições, depois que foi revelado que alguns eleitores receberam duas vezes a convocação de voto, e se soma às ameaças recebidas contra os principais candidatos.

Em pleno estado de emergência na França, 50 mil policiais e gendarmes, junto a membros da operação antiterrorista Sentinelle, do Exército francês (desdobrado após a onda de atentados sofridos em França nos últimos anos), serão desdobrados para evitar incidentes nestas eleições, para as quais foram habilitados 67 mil colégios eleitorais.

EFE   
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