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Europa

Catalunha celebra festa regional dividida sobre futuro da região na Espanha

11 set 2016 - 15h11
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A Comunidade espanhola da Catalunha celebra neste domingo sua "Diada", festa autônoma que acontece todo dia 11 de setembro e que nos últimos anos divide a sociedade entre separatistas e partidários à união com a Espanha.

Nesta ocasião, por um lado está o governo autônomo (em catalão, "a Generalitat"), que, formado por partidos que promovem a separação, protagonizou os atos institucionais.

Por outro, as forças constitucionalistas: o governante Partido Popular (PP, centro-direita), o socialista PSOE, e o liberal Ciudadanos, cujos líderes não compareceram aos tradicionais atos da comemoração de 11 de setembro.

E, finalmente, a coalizão esquerdista Unidos Podemos (comunistas incluídos), que é partidária do referendo pela separação, embora se declare partidária de que a histórica comunidade siga sendo parte da Espanha.

O ato mais popular da "Diada" é a manifestação que começou durante a tarde e à qual pela primera vez comparece um "president" da Generalitat, cargo tradicionalmente "neutro" no dia de todos os catalães.

Seu titular, Carles Puigdemont, tratou de mobilizar os cidadãos com o discurso, também habitual, que pronunciou na véspera para dizer que o Estado espanhol se "desligou" da Catalunha.

Puigdemont sustenta que a Catalunha se encontra "no final do processo (de independência) e é preciso muita serenidade para terminá-lo", segundo declarações publicada no jornal "Ara" ("Agora", em castelhano).

Os partidos constitucionalistas, por sua vez, lamentam que uma celebração festiva e popular, o Dia da Catalunha, tenha sido, como dizem, "sequestrada" pelo independentismo.

Embora pareça um paradoxo, a celebração da "Diada" lembra, na realidade, uma derrota: a queda de Barcelona pelas mãos das tropa bourbônica durante a Guerra de Sucessão (1701-1713).

Este conflito acabou com a assinatura do histórico Tratado de Utercht (1713) e a proclamação de Felipe V como rei da Espanha, apesar de ter sido às custas de grandes e históricas separações que transformaram a Inglaterra na nova potência hegemônica europeia.

A Guerra de Sucessão foi um conflito europeu entre os partidários do Felipe de Anjou (Casa de Bourbon -Espanha e França) com os países que apoiavam o Arquiduque Carlos da Áustria (dinastia de Habsburgo), majoritariamente Áustria, Inglaterra, Holanda e Portugal).

Na Espanha houve um guerra civil entre bourbônicos e austracistas, entre estes últimos boa parte dos catalães, que resistiram até a capitulação de Barcelona em 11 de setembro de 1714.

EFE   
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