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Europa

Alierta critica que governos não incluam educação digital em suas agendas

19 set 2016 - 08h02
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O presidente da Fundação Telefónica, César Alierta, lamentou nesta segunda-feira em Assis que os governos não sejam sensíveis à necessidade de implementar a educação digital em zonas desfavorecidas para fomentar a igualdade e condenou que se destine dinheiro a outras áreas ao invés de incentivar a educação.

"As autoridades não são sensíveis a este discurso. É surpreendente ver que não faz parte de suas agendas", lamentou durante uma conferência em um encontro intitulado "Economia e Desigualdade".

O ato estava incluído dentro da programação do congresso internacional para fomentar a paz e a convivência entre religiões realizado até 20 de setembro em Assis, no centro da Itália.

Alierta participou hoje junto a figuras como Daniele Donati, da direção de Emergência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura; o economista francês Philippe Herzog e o italiano Stefano Zamagni.

Durante seu discurso, o ex-presidente da Telefónica ilustrou as características do projeto ProFuturo, um plano social patrocinado pela Fundação Telefónica e a Fundação Bancária "La Caixa" e que tem como objetivo oferecer uma educação digital de qualidade às crianças e jovens desfavorecidos.

Esta iniciativa, que já opera na América Latina e na África, ajuda atualmente duas milhões de crianças e tem como meta facilitar o acesso à educação digital a dez milhões de crianças em cinco anos.

Serão 50 milhões, disse Alierta, nos próximos 15 anos.

Trata-se de um projeto que "não é caro", argumentou, pois para brindar educação digital a 50 milhões de crianças são necessários 4 milhões de euros.

"Um tanque, por exemplo, custa 500 mil euros. É absurdo comprar dez tanques e não formar 50 milhões de crianças", condenou.

Como já fez na cerimônia de abertura, Alierta expôs que atualmente há 50 milhões de crianças no mundo que não têm acesso à educação, um número que pode aumentar nos próximos anos se não forem iniciadas ações que freiem a tendência.

Os tempos estão mudando, disse Alierta, e as sociedades modernas avançam em nível tecnológico com grande rapidez.

"Nos próximos três anos, o mercado irá precisar de 25 milhões de pessoas com competências digitais", sustentou, ao mesmo tempo que manifestou que uma alta porcentagem da população no futuro "encontrará trabalho em postos que ainda não existem".

"Estamos vivendo uma mudança na humanidade. Temos a oportunidade de fomentar a igualdade no mundo todo", ressaltou.

A iniciativa apresentada por Alierta foi inspirada pelo papa Francisco e presidida pelo especialista em comunicação argentino Julio Rimoldi, um dos mais próximos colaboradores do papa nesta matéria.

O projeto brinda educação digital a crianças e jovens com independência de suas crenças religiosas ou de seu lugar de procedência.

Mas além disso, contempla instruir os docentes no uso de novas tecnologias, adaptar os conteúdos para fazê-los acessíveis a incapacitados e desenvolver atividades formativas nestes entornos, como nos campos de refugiados.

O encontro internacional "Sede de paz: religiões e culturas em diálogo" é realizado de 18 a 20 de setembro na cidade italiana de Assis e concluirá com uma cerimônia de encerramento que estará presidida pelo papa Francisco.

Estas jornadas reunirão mais de 500 líderes religiosos e figuras do mundo da política e da cultura, como presidentes, ministros, bispos, arcebispos, cardeais, rabinos, ativistas de Direitos Humanos, intelectuais, sociólogos, escritores, economistas, teólogos e prêmios Nobel da Paz.

O congresso, ao qual se inscreveram milhares de participantes, foi organizado pela diocese de Assis, as Famílias Franciscanas e a Comunidade de Sant'Egídio, em colaboração com outros movimentos e agregações eclesiais, com a Conferência Episcopal Umbra, a Região de Úmbria e o Prefeitura de Assis.

O encontro lembra o 30° aniversário da Jornada de Oração pela Paz que aconteceu em 27 de outubro de 1986 e que foi impulsionada pelo papa São João Paulo II.

EFE   
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