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Estados Unidos

Vice de Trump inicia campanha para defender reforma da saúde republicana

11 mar 2017 - 16h22
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O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, iniciou neste sábado a campanha planejada pela Casa Branca para defender o novo plano de saúde proposto pelos republicanos na Câmara dos Representantes, projeto que prevê substituir a lei aprovada em 2010 pelo ex-presidente Barack Obama e que ficou conhecida popularmente como "Obamacare".

Pence foi a Louisville, em Kentucky, para reforçar os benefícios que serão dados aos americanos com a nova proposta e reiterar as falhas do sistema implantado por Obama, duramente criticado pelos republicanos desde que entrou em vigor há sete anos.

"O 'Obamacare' falhou com as pessoas de Kentucky, falhou com as pessoas dos Estados Unidos. O 'Obamacare' deve desaparecer!", afirmou Pence para um público de cerca de cem pessoas, enquanto outras dezenas protestavam nas imediações do local para defender o atual sistema de saúde do país.

Acompanhado pelo governador do estado, o também crítico da lei e republicano Matt Bevin, os congressistas por Kentucky, Andy Barr e Brett Guthrie, e o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, Pence classificou a reforma de Obama como "um pesadelo".

"Aqui estão os fatos: hoje em dia, os americanos estão pagando US$ 3 mil a mais por ano na média para os planos de saúde do que no dia que o 'Obamacare' se transformou em lei. Só no ano passado, as gratificações subiram 25% e milhões de americanos perderam seus seguros de saúde, perderam seus médicos", disse Pence.

O vice-presidente afirmou que, em um terço dos condados do país, os americanos só têm uma empresa para escolher, o que significa que não há concorrência e isso acaba elevando os preços.

"A verdade é que o povo americano está sofrendo com o 'Obamacare' todos os dias e também as pequenas empresas, que estão tão bem representadas aqui", disse Pence, cercado pelos trabalhadores do armazém de uma pequena companhia de energia, onde fez o discurso.

"Todos vocês sabem exatamente do que eu estou falando. A verdade é que Kentucky é um exemplo dos fracassos do 'Obamacare'. Aqui, as gratificações subiram 24% no ano passado, com alguns planos promovendo reajustes de 47%", completou o vice-presidente.

No entanto, dados do Centro de Política Econômica de Kentucy indicam que, entre 2013 e 2015, o número de pessoas sem plano de saúde caiu de 20% para 6%. Além disso, mais de 420 mil foram beneficiadas pela expansão do chamado 'Medicaid", um programa para facilitar o acesso à saúde para as pessoas de baixa renda.

O diretor da instituição, Jason Bailey, disse que Kentucky foi o estado que mais se beneficiou da Affordable Care Act, o nome formal do "Obamacare". Para ele, o estado é o que mais tem a perder no país caso a lei do ex-presidente for revogada.

Apesar dos dados indicarem o contrário, Pence, os congressistas e o governador de Kentucky reforçaram as críticas à lei, enfatizando especialmente a punição que ela impõe às pessoas que não contratem um plano de saúde.

"Daremos aos americanos um crédito fiscal que ajudará as pessoas a comprarem os planos que necessitam com um preço que possa ser pago. Garantiremos que os cidadãos com condições pré-existentes ainda tenham acesso à cobertura e ao cuidado que precisam", disse.

No entanto, o vice-presidente evitou falar sobre o impacto econômico que o novo plano republicano terá, como ele será financiado e quais serão suas consequências. Essas informações ainda serão avaliadas pelo Escritório de Orçamento do Congresso.

Os republicanos da Câmara dos Representantes apresentaram a proposta nesta semana e conseguiram que ela fosse aprovada por dois comitês pelos quais deveria passar antes de chegar ao plenário.

No entanto, o texto enfrentará mais obstáculos no Senado, onde republicanos moderados já manifestaram ressalvas ao projeto. EFE

EFE   
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