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Estados Unidos

Trump volta à Flórida e tenta passar imagem mais conciliadora

17 dez 2016 - 02h27
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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fez nesta sexta-feira seu primeiro comício na Flórida desde as eleições do dia 8 de novembro e retomou parte de sua polêmica retórica, embora com um discurso mais conciliador.

"Somos todos americanos e estamos unidos por um destino em comum", disse para mais de 10 mil pessoas, segundo sua equipe de transição, que encheram o anfiteatro do Florida Fairgrounds, em Orlando.

Esta cidade do centro da Flórida, estado ao qual chamou "sua primeira casa em muitas maneiras", é uma das paradas da viagem de agradecimento que Trump realiza pelo país e na qual afirmou que sua mensagem "é para todos os americanos", incluindo os afro-americanos e hispânicos.

"O roteiro (dos próximos anos) ainda não foi escrito, mas pela primeira vez as paginas serão escritas por cada um de vocês", disse Trump, durante fala na qual parabenizou seus eleitores por mandar a mensagem: "os Estados Unidos primeiro".

O presidente eleito repassou muitas de suas palavras de ordem da campanha eleitoral, entre elas sua promessa de "trabalho, trabalho, trabalho" para os americanos, uma redução de impostos e um investimento "de milhões de dólares" em infraestruturas, como estradas, escolas e hospitais.

No entanto, Trump não fez nenhuma menção da extensa entrevista coletiva que deu pouco antes o presidente Barack Obama, que em seu último pronunciamento do ano para a imprensa vinculou o presidente russo, Vladimir Putin, com os ciberataques para interferir nas eleições de novembro.

Alheio a isso, Trump preferiu se regozijar com seus eleitores pela trajetória de sua campanha eleitoral, na qual, apesar de as pesquisas o colocar atrás de Hillary Clinton, no final venceu em estados-chave que representam vários votos no colégio eleitoral.

"Você não vai poder derrubar o muro azul", lembrou que lhe disseram alguns analistas, em alusão aos estados que compõem o cinturão industrial do país, como Michigan e Wisconsin, e nos quais saiu vencedor, para depois ressaltar que ganhou "facilmente na Flórida".

Tentando talvez aquietar seus simpatizantes, se dirigiu de maneira direta a eles e lhes disse: "Semanas atrás vocês foram violentos, repugnantes" e repetiam "prendam ela" quando pediam a prisão para Hillary, mas ressaltou que agora têm uma atitude "despreocupada" e "relaxada" após ter ganhado as eleições.

Na Flórida, Trump retomou muitas de suas promessas de campanha, como a de construir um muro na fronteira com o México, deter a imigração ilegal, "manter os terroristas radicais islâmicos fora do país" e renegociar o Tratado de Livre-Comércio da América do Norte.

Também voltou a atacar a imprensa, à qual criticou por sua falta de objetividade e, como no comício da quinta-feira passada em Hershey (Pensilvânia), afirmou que quando chegar à Casa Branca construirá zonas seguras na Síria para a população civil e que serão os países do Golfo Pérsico que vão financiá-las.

Antes do comício em Orlando, Trump assistiu a um evento de arrecadação de fundos nesta cidade organizado por sua equipe de transição, onde cada participante pagou uma entrada de 5.000 dólares.

Depois disso, o presidente eleito chegou à sede de seu primeiro comício na Flórida, na qual no dia 8 de novembro ficou os 29 votos no colégio eleitoral, e aí esteve acompanhado do vice-presidente eleito, Mike Pence, e do governador Rick Scott.

Trump prosseguirá sua viagem de agradecimento no sábado com um ato no Alabama.

EFE   
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