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Estados Unidos

Trump prepara medidas mais duras contra imigrantes e muçulmanos, diz portal

26 jan 2017 - 18h10
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se prepara para suspender as medidas que protegem da deportação os jovens imigrantes ilegais, negar a entrada de estrangeiros que são uma "carga" para o estado e revisar a imigração legal que "prejudique" os americanos, segundo documentos vazados à imprensa.

Trump também deve endurecer as condições de entrada de pessoas de vários países de maioria muçulmana, segundo os textos de quatro ações executivas vazadas ao portal de notícias "Vox" e divulgadas nesta quinta-feira.

Na primeira dessas ordens, ainda pendente de revisão pelo gabinete do presidente, Trump se propõe a cumprir uma de suas promessas de campanha e derrubar o Programa de Ação Diferida (Daca), que permitiu frear a deportação de 750 mil jovens imigrantes ilegais, conhecidos como "dreamers" (sonhadores).

O programa Daca, proclamado em 2012 pelo ex-presidente Barack Obama, permitia aos jovens frear sua deportação, obter uma licença de trabalho e uma carteira de motorista, mas estabelecia que para continuar com estes benefícios eles deveriam renovar a permissão a cada dois anos.

A ordem de Trump, segundo "Vox", estabelece que os imigrantes ilegais não poderão mais renovar essa permissão, de modo que os jovens voltem a um "limbo" judicial que faz com que a qualquer momento possam ser expulsos para o país do qual saíram ainda crianças e que em muitos casos nem se lembram.

Segundo o documento, intitulado "Acabar com as anistias executivas inconstitucionais", Trump permitirá aos jovens já acolhidos pelo Daca que mantenham a licença de trabalho até que expire, em algum momento nos próximos dois anos.

Em outra das ordens executivas obtidas por "Vox", Trump restringirá a entrada aos estrangeiros que representarem uma "carga" para os cofres públicos e deportará "o mais rápido possível" quem tiver se tornado uma "carga" e viva de maneira ilegal no país.

"Nossas leis migratórias devem garantir que os Estados Unidos não darão as boas-vindas a indivíduos que tenham chances de se tornarem uma carga para os contribuintes", determina a ordem executiva, cuja autenticidade não foi confirmada pela Casa Branca.

Nesse documento vazado é pedida a elaboração de um plano para combater o "turismo de nascimentos", definido pelo governo como "aquele no qual os indivíduos viajam aos EUA para dar à luz" com o objetivo que os filhos de estrangeiros adquiram a cidadania americana.

A terceira ordem executiva, segundo "Vox", busca reduzir a imigração legal aos Estados Unidos com o objetivo de "priorizar os interesses dos trabalhadores americanos, e no máximo grau possível, seus trabalhos, salários e o bem-estar desses trabalhadores".

Concretamente, a ordem propõe a revisão pelo Departamento de Segurança Nacional de diferentes tipos de vistos de trabalho para estabelecer se devem ser mantidos ou eliminados.

Uma última ação executiva divulgada por "Vox" e vazada também a outros veículos de imprensa, como o jornal "The Washington Post", visa "proteger a nação de ataques terroristas de estrangeiros".

Este decreto estabelece que deve ser suspensa a entrada aos Estados Unidos dos cidadãos de certos países em um prazo de 30 dias desde a entrada em vigor da ordem.

Embora não mencione nenhum país explicitamente, a ordem diz que as nações afetadas serão as incluídas na lista de Estados patrocinadores do terrorismo elaborada pelo Departamento de Estado (Irã, Sudão e Síria), assim como os designados como países de preocupação pelo Departamento de Segurança Nacional (Líbia, Somália e Iêmen).

A esses países se somaria o Iraque, mencionado como país sob observação dentro do programa conhecido como "Visa Waiver" (VWP) e de outra lei de 2015 contra o terrorismo.

Também é mencionada nessa ordem a proibição de entrada de refugiados aos Estados Unidos durante quatro meses, período após o qual seria retomada a admissão de refugiados, mas sob a apuração do Departamento de Segurança Nacional, do Departamento de Estado e do diretor de Segurança Nacional.

EFE   
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