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Estados Unidos

Trump encerra viagem da vitória no lugar onde surgiu como ídolo das multidões

17 dez 2016 - 23h05
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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, encerrou neste sábado sua viagem de agradecimento após sua vitória eleitoral em um modesto estádio de Mobile (Alabama), onde no semestre passado teve seu primeiro encontro com uma multidão, ansiosa por uma mudança na política, e onde começou a consolidar seu caminho para a Casa Branca.

"Aqui é onde tudo começou", lembrou em suas primeira palavras no Ladd-Peebles, o pequeno estádio local onde em agosto de 2015 se reuniram cerca de 30 mil pessoas para escutá-lo, após receber a indicação presidencial republicana.

O Ladd-Peebles se tornou um símbolo ao transformar em ídolo de massas aquele então candidato republicano que ninguém dava como favorito, mas que conseguiu atrair multidões em estados do sul e do meio-oeste do país para finalmente derrotar a democrata Hillary Clinton nas eleições do dia 8 de novembro.

Neste sábado, uma multidão um pouco mais modesta, retornou para assistir ao último evento do chamado "tour de agradecimento" do presidente eleito, que tomará posse no dia 20 de janeiro, e que após sua passagem pelo Alabama começará suas férias de Natal na Flórida.

"Os incríveis patriotas deste estádio desafiaram os analistas, os comentaristas políticos, e permitiram uma vitória histórica para o trabalhador e o povo americano", exortou Trump.

Trump voltou a ser o orador de campanha que tentou deixar para trás após sua vitória eleitoral, e prometeu "drenar o lodaçal" de Washington, um país "seguro de novo" (parafraseando seu lema de campanha: Tornar os EUA grande de novo") e a audiência lhe pediu que construa o muro com o México.

Trump voltou a relacionar criminalidade e narcotráfico com a imigração ilegal e repetiu que construirá um "grande muro para acabar com ela de uma vez" e tirará "de uma maldita vez do país os terroristas radicais islâmicos", e até atacou a primeira-dama, Michelle Obama.

"Michelle Obama disse que não há esperança, mas eu tenho certeza que se referia ao passado, não ao futuro; mas acho que nos espera um futuro de tremenda esperança", comentou Trump.

Ao lembrar seu primeiro encontro com as massas no coração dos EUA sulista, em um estado com uma história de segregação e racismo, Trump relembrou o ano e meio de campanha e criticou aqueles que não pensaram que pudesse ganhar.

Trump revelou que logo depois de começar a receber os primeiros dados no fechamento dos colégios eleitorais na noite de 8 de novembro seus filhos davam por perdida a Casa Branca, mas ele lhes lembrava que não podia acontecer depois de encerrar aquela semana com estádios cheios com mais de 30 mil presentes em vários estados-chave.

Trump, que levou mais de 60% do votos do estado do Alabama nas eleições de novembro passado, esteve acompanhado do senador local Jeff Session, o qual indicado para ser Procurador-Geral e será peça fundamental para, entre outras coisas, acelerar a prometida deportação de imigrantes e o fechamento de fronteiras para os refugiados sírios, por causa do medo do terrorismo.

"Ganhamos gastando menos dinheiro", afirmou Trump, que disse que do mesmo modo se encarregará de governar o país cortando despesas supérfluas, e aproveitando para se referir a sua oposição a projetos que considera excessivamente onerosos, como a construção de um novo Air Force One por parte da Boeing ou o desenvolvimento do caça F-35 por parte da Lockheed Martin.

Trump, que já completou os postos-chave de seu gabinete - composto essencialmente por generais e altos executivos -, se afastou do tom conciliador que expôs na sexta-feira em Orlando quando disse que seus seguidores eram "violentos", mas agora são "suaves" porque "ganhamos".

Em Alabama, um estado em que disse se sentir como em casa, disse que este seria seu último encontro com multidões "por algum tempo".

"Dizem-me que como presidente não deveria fazer comícios, mas eu acho sim que deveríamos. Fizemos sempre tudo ao contrário e não foi ruim", espetou o presidente eleito.

EFE   
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