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O que se sabe sobre a explosão em Nova York e outras cidades dos EUA

19 set 2016 - 08h08
(atualizado às 08h48)
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Local da explosão, na rua 23 perto da Sexta avenida
Local da explosão, na rua 23 perto da Sexta avenida
Foto: Getty Images

Investigadores americanos ainda trabalham para estabelecer se existe relação entre três ataques realizados em diferentes partes dos Estados Unidos no fim de semana.

Apenas poucos dias depois que o país recordou os atentados de 11 de setembro de 2001, uma bomba improvisada foi detonada em uma pequena localidade costeira de Nova Jersey pela manhã, e 29 pessoas ficaram feridos em uma explosão de maior impacto em Nova York à noite.

Ainda no sábado à noite, um ataque a faca deixou nove feridos em um shopping center em Minnesota.

Além disso, nas primeiras horas desta segunda-feira, outra bomba explodiu quando estava sendo analisada por um robô antibomba.

O grupo autodenominado Estado Islâmico disse que o ataque em Minnesota foi realizado por um de seus "soldados", mas não está claro se a motivação por trás das outras bombas seria terrorismo.

O autor do ataque a faca, um homem de origem somali, segundo agências de notícias, foi morto por um policial que estava de folga.

Atentado 'intencional'

O ataque em Nova York foi na rua 23, perto da esquina com a Sexta Avenida, no bairro de Chelsea. A explosão ocorreu às 8h30 da noite do sábado.

Descrita como "ensurdecedora", a explosão destruiu as janelas de um edifício próximo e os vidros de um veículo, e deixou uma pessoa ferida gravemente.

Mas o Corpo de Bombeiros da cidade informou que, até o meio-dia do domingo, todos os feridos haviam recebido alta do hospital.

Pouco depois, as autoridades anunciaram que haviam encontrado outro artefato sem explodir a poucas quadras dali.

Até agora não se conhecem os motivos por trás da explosão.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse no sábado à noite que o ato foi "intencional", mas que não havia evidência de ligação com grupos terroristas internacionais. Ele disse ainda que a cidade não estava sob ameaça iminente de terrorismo.

Entretanto, horas depois, no domingo, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, disse que apesar da ausência de conexões com grupos internacionais, o ataque pode ser visto como um "ato terrorista".

"Quem quer que tenha plantado esses artefatos, vamos encontrá-los e trazê-los à Justiça", disse.

Bombas caseiras com estilhaços

Segundo o jornal The New York Times, as bombas caseiras foram feitas com panelas de pressão conectadas com um telefone celular e luzes de Natal alterados para serem usadas como detonador, e continham "material de fragmentação" para maximizar o estrago causado.

Segundo o jornal, os investigadores encontraram um artefato similar na rua 27 - essa bomba não chegou a ser detonada e foi destruída em segurança.

Ambos os dispositivos são parecidos com os que foram utilizados no atentado contra a maratona de Boston em 2013.

Ataques vinculados?

A explosão em Manhattan ocorreu apenas horas depois de outra bomba ter explodido dentro de uma lixeira em Seaside Park, Nova Jersey.

Apenas uma de três bombas feitas com canos detonou. O incidente ocorreu próximo do local onde seria realizada uma corrida anual de 5 quilômetros em homenagem a veteranos de guerra. Ninguém ficou ferido.

Di Blasio disse no sábado que não havia elementos para relacionar os dois incidentes.

Entretanto, essa informação foi relativizada por investigadores que conversaram com o New York Times no domingo. Para eles, há cada vez mais motivos para crer em uma possível vinculação.

Nas primeiras horas desta segunda-feira, outra bomba explodiu ao ser analisada por um robô antibomba em Elizabeth, Nova Jersey, a apenas 25 km de Manhattan.

O prefeito da cidade, Christian Bollwage, disse que a bomba estava dentro de uma mochila que continha cinco artefatos.

"Imagino que se todos os cinco detonassem ao mesmo tempo, a perda de vidas seria enorme, se houvesse um evento sendo relizado", afirmou o prefeito.

Reforço policial

Os incidentes levaram as autoridades americanas a envirem 1.000 agentes de segurança adicionais para reforçar a segurança em Nova York.

No domingo à noite, o FBI, a polícia federal americana, questionou cinco pessoas que viajavam de carro pela rodovia Belt Parkway, mas informou pelo Twitter que nenhum suspeito foi indiciado.

A área onde ocorreu a explosão,em Chelsea, foi evacuada e isolada.

Reação dos candidatos

Os dois candidatos na corrida pela Casa Branca se manifestaram em apoio às vítimas dos incidentes e à população afetada.

A democrata Hillary Clinton disse que estava em contato com as autoridades nova-iorquinas e ressaltou que o país precisa dar apoio às vítimas.

O republicano Donald Trump disse que os ataques evidenciam o que chamou de "políticas falidas" do presidente democrata, Barack Obama. "Precisamos ser fortes", tuitou.

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