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Estados Unidos

Negros têm direito de correr da polícia, diz juiz dos EUA

Suprema corte de Massachusetts decidiu que homens negros não devem ser considerados suspeitos apenas por correr da polícia

22 set 2016 - 17h13
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Homens negros não devem ser considerados suspeitos apenas por fugir, disse juiz
Homens negros não devem ser considerados suspeitos apenas por fugir, disse juiz
Foto: Sean Rayford / Getty Images

A suprema corte de Massachusetts decidiu que negros têm o direito de correr da polícia, não podendo ser considerados suspeitos apenas por essa atitude. O tribunal acrescentou que as tentativas de fuga são justificadas com base nas últimas ações de alguns agentes. As informações são do site The Independent.

O parecer do juiz foi tomado ao absorver um homem negro que foi detido ao fugir da polícia em dezembro de 2011. Na ocasião, os oficiais procuravam três homens que arrombaram uma residência. Uma testemunha contou que um dos suspeitos usava “moletom vermelho”, o outro um “capuz preto” e o último estava com “roupas escuras”.

Jimmy Warren estava andando próximo a um parque, quando foi abordado, pois se encaixava em uma das descrições. Ele estava com um revólver sem registro e acabou fugindo, porém, foi capturado pouco depois. Warren foi acusado e condenado por posse ilegal de arma de fogo, mas recorreu da decisão.

A suprema corte usou dados da polícia e de um relatório da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês), de 2014, que concluiu que os negros foram abordados 63% a mais do que o restante da população. O juiz também considerou que as características dos suspeitos eram “muito vagas”.

Ele também disse que, mesmo se um negro fugir, não significa, necessariamente, que ele é perigoso. “Não podemos eliminar a fuga como um fator de análise. No entanto, em tais circunstâncias, a dispersão não é, obrigatoriamente, uma prova do estado de espírito ou consciência de culpa. Pelo contrário, a constatação de que homens negros são considerados suspeitos frequentemente em Boston, sugere uma razão para a fuga totalmente alheio à consciência de culpa”, afirmou.

Matthew Segal, diretor jurídico da ACLU de Massachusetts, falou que essa é uma “decisão poderosa” para as minorias. “A mais alta corte do nosso estado, ao dar essa sentença, passa uma mensagem de que a vida e os pontos de vista das pessoas de cor importam”, afirmou.

Na noite da última quarta-feira (21), um protesto contra a morte de um negro pela polícia, em Charlotte, na Carolina do Norte, foi interrompido depois de um homem desarmado ser baleado. Segundo a prefeitura, ele está em estado crítico.

Fonte: Terra
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