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Estados Unidos

Manifestantes fazem Dia Sem Latinos, Imigrantes e Refugiados em Milwaukee

13 fev 2017 - 20h02
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Ativistas, imigrantes e comerciantes do estado americano de Wisconsin protagonizaram nesta segunda-feira um "Dia Sem Latinos, Imigrantes e Refugiados", em repúdio à política migratória do presidente Donald Trump e à conivência das autoridades locais.

Os organizadores informaram que milhares de ativistas vieram de ônibus de diversos lugares de todo o estado para caminhar mais de três quilômetros pelo centro da cidade até o edifício do tribunal de Milwaukee.

Durante a manifestação, os participantes exibiram cartazes e bandeiras dos Estados Unidos e do México, cantaram "Sim, nós podemos" (o lema do primeiro mandato de Barack Obama) e exigiram a renúncia do xerife do condado de Milwaukee, David Clarke.

A ativista Christine Neumann-Ortiz, diretora-executiva da organização Voces De La Frontera, declarou que Clarke quer envolver seus agentes nas tarefas de Imigração e colaborar com os planos de deportações em massa de imigrantes ilegais do presidente Trump.

Em comunicado, o xerife Clarke justificou a ausência no protesto argumentando que estava "ocupado, trabalhando com agentes da Imigração e ajudando a identificar imigrantes ilegais criminais", afirmou.

Os ativistas calcularam que mais de 150 estabelecimentos comerciais fecharam as portas para participar de um protesto que afetou restaurantes, hotéis, fábricas, o setor agrícola e outros que em grande parte dependem da mão de obra imigrante.

A mobilização surgiu em meio a uma onda de batidas migratórias em algumas cidades do país e em rejeição à decisão do xerife de aderir ao programa.

A polêmica iniciativa ficou sem efeito durante o governo de Barack Obama, mas foi revivida pelas ordens executivas de Trump, que quer transformar policiais locais em agentes migratórios para deter imigrantes e canalizar sua deportação.

Entre as tarefas que poderão ser realizadas pelas agências policiais que aderirem ao programa estão incluídas a identificação e detenção de pessoas suspeitas da violação das leis federais de imigração.

O escritório do xerife indicou em sua página na rede social Facebook que até o momento não participa do programa federal. Mas, caso decida participar, "será mediante um acordo com o departamento de Imigração para que os agentes possam colaborar com entrevistas e ordens de detenção, na medida do necessário".

"Esta foi uma prática padrão no âmbito das agências da ordem e não consideramos que agora seja vista como algo polêmico porque estejamos discutindo a lei de imigração", acrescenta o comunicado.

A estimativa é que no condado de Milwaukee vivam 150 mil dos 340 mil latinos no estado de Wisconsin. No total, nesta região vivem 957 mil pessoas, segundo o censo.

Está previsto um boicote para o Dia Internacional do Trabalho, 1º de maio, que envolveria uma quantidade de cidades e grupos ainda não determinados pelos organizadores, que estiveram reunidos durante o fim de semana passado em Boston para planejar detalhes.

EFE   
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