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Estados Unidos

Jogador de futebol americano é condenado por encorajar colegas a estuprar mulher inconsciente

19 jun 2016 - 14h36
(atualizado às 15h20)
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Um universitário e ex-jogador de futebol americano foi condenado por encorajar colegas de time a estuprarem uma mulher com quem ele estava tendo um relacionamento e que estava insconciente no momento do ato.

Brandon Vandenburg, de 23 anos, foi considerado culpado por crimes de estupro com agravante e lesão corporal.

Vandenburg estudava na Universidade Vanderbilt, no Estado do Tennessee.

Ele estava saindo com uma estudante e, um dia, a levou para um quarto de hotel com outros colegas de time.

Sua defesa argumentou que ele estava muito bêbado para influenciar a decisão dos outros, mas a acusação disse que ele filmou o estupro e compartilhou as imagens com amigos e deu até preservativos para que os outros estuprassem a garota.

Os jurados do caso tinham de decidir se Vandenburg deveria ser considerado responsável criminalmente pelo que os outros colegas de times estavam sendo acusados de terem feito com a estudante em junho de 2013.

O júri levou quatro horas, neste sábado, para se decidir pela condenação de Vandenberg. Ele também foi condenado por tirar fotografias sem permissão.

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Ele já havia sido condenado no ano passado, com seu colega de time Corey Batey, mas o veredito original foi anulado por problemas processuais, após a descoberta de que um dos membros do júri havia omitido que, no passado, havia sido vítima de estupro.

Quatro ex-jogadores do time foram denunciados no caso, mas apenas dois foram acusados de estuprar e abusar sexualmente da mulher.

Batey foi condenado novamente em abril. Os dois podem ficar presos por, no mínimo, 15 anos.

Controvérsias

O veredito foi dado em meio à grande controvérsia provocada, nos EUA, por uma sentença de seis meses dada a outro atleta universitário, Brock Turner, por abuso sexual contra uma mulher que também estava inconsciente na Universidade Stanford.

No Brasil, um caso de estupro coletivo também gerou polêmica no mês passado. Investigou-se a participação de mais de 30 pessoas no caso, mas a polícia acabou encontrando provas da participação de sete no crime - inclusive o homem com quem ela havia tido relação consensual no mesmo dia e os que registraram o abuso em vídeo.

No caso do Tennessee, os advogados de Vandenburg argumentaram que ele estava muito bêbado para ser responsável por suas ações. Mas imagens de câmeras de segurança mostram o réu carregando a vítima para um quarto de hotel com outros colegas de time.

No julgamento, também foram mostrados vídeos e fotos feitos pelos jogadores com seus celulares. A defesa de Vandenburg disse no tribunal que as imagens eram "inquietantes".

A vítima, uma estudante de Neurociência de 21 anos, prestou depoimento dizendo não ter nenhuma memória do fato.

Ela disse que, quando acordou, Vandenburg afirmou que ela havia ficado bêbada e passado mal e que ele havia tomado conta dela.

Promotores sugeriram durante o julgamento que ela poderia estar sob efeito de uma "droga de estupro".

Diversos paralelos foram traçados entre a sentença de seis meses do caso de Stanford e a pena mínima de 15 anos que Vandenburgg e Batey podem pegar.

Dmitry Gorin, defensor criminal de Los Angeles e antigo promotor especialista em crimes de violência sexual, disse à agência de notícias Associated Press: "Parece uma disparidade extrema, mas, em crimes sexuais, os fatos são muito importantes, os detalhes são muito importantes, e a lei pune as condutas diferentemente, de acordo com o que pode ser provado", afirmou.

"No caso de Stanford, eles não conseguiram provar o estupro."

Neste caso, Brock foi condenado por abuso sexual com intenção de cometer estupro, além de outros crimes. A lei americana é diferente da brasileira - no Brasil, desde 2009, a lei passou a considerar como estupro qualquer ato libidinoso.

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