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Estados Unidos

Instalação de arte em Hollywood lembra horror do massacre de Orlando

15 jun 2016 - 21h51
(atualizado em 16/6/2016 às 12h34)
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Uma instalação com 50 manequins amontoados sobre o teto de uma casa na área de West Hollywood, nos Estados Unidos, pretende lembrar os transeuntes da cidade californiana do horror do massacre ocorrido no domingo passado em Orlando, na Flórida.

O artista plástico ChadMichael Morissette, de 36 anos, criou a dramática instalação no teto de sua casa e a chamou de "No One Is Safe" ("Ninguém está a salvo"), para lembrar o ataque à boate gay que causou a morte de 49 pessoas.

"Acredito que os americanos precisam reagir, porque nos tornamos complacentes e esta situação fica cada vez maior, mais severa e mais horrível. Quero mostrar os corpos porque assim não podemos ignorá-los", explicou o artista à Agência Efe.

Por mais de quatro horas, o artista se dedicou a colocar os manequins em diferentes posições que representam cada uma das 49 vítimas, e também o atirador, o americano de origem afegã Omar Mateen, que morreu durante o confronto com a polícia.

"Estava comemorando meu aniversário quando aconteceu a tragédia de Orlando e senti a necessidade de fazer uma declaração. Meus amigos me ajudaram a subir os manequins e a cada instante tínhamos que contá-los várias vezes e pensávamos: Até agora são 10? Até agora são 35? Deus! Ainda faltam mais. Chorei todo o dia", lembrou Morissette.

A dantesca cena pode ser vista da avenida Fountain, uma via muito transitada ao oeste de Hollywood, uma área que se distingue por sua defesa da comunidade LGBT.

Ao contrário de seus outros trabalhos, Morissette usou os manequins com rostos e corpos danificados. Alguns têm seus dedos e braços quebrados.

"Eu trabalho com manequins e por isso soube que esta mensagem seria tão poderosa, mas quando reúne 50 para este propósito não é nada divertido", ressaltou.

A obra chamou a atenção da comunidade que chegou até o local para fazer fotografias e de alguma maneira solidarizar-se com as vítimas da tragédia.

"Foi um ataque de ódio feito no país onde supostamente os homossexuais estamos mais seguros. As pessoas têm que entender que foi um ataque duplo, às pessoas e à liberdade de escolha", advertiu Martin Ortiz, um imigrante que chegou para conhecer a instalação.

"Não sei quando vou a remover a instalação, da mesma maneira que não previ quando a criaria. Neste momento todos estamos processando este evento, então é importante reconhecer nossa indignação. A instalação seguirá em meu teto se sua mensagem continuar sendo válida", concluiu Morissette.

EFE   
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