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Estados Unidos

Escândalo de e-mails: FBI acha 15 mil documentos de Hillary

22 ago 2016 - 16h49
(atualizado às 17h45)
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A Polícia Federal dos Estados Unidos (FBI, sigla em inglês) descobriu quase 15 mil documentos não revelados vinculados ao escândalo dos e-mails da candidata democrata à presidência do país, Hillary Clinton, informaram nesta segunda-feira veículos de imprensa americanos.

Os documentos foram encontrados durante a investigação do FBI sobre o uso de um servidor de e-mail privado por Hillary quando ela ocupava o cargo de secretária de Estado, entre 2009 e 2013.

O número representa quase 50% dos 30 mil documentos relacionados com o assunto que os advogados de Hillary entregaram ao Departamento de Estado em 2014.

O próprio Departamento de Estado se comprometeu a publicar os documentos e assegurou hoje ao juiz federal James E. Boasberg que o órgão está "dando prioridade" à revisão das novas mensagens.

No entanto, ainda não se sabe se esses e-mails serão publicados antes das eleições, que acontecem no dia 8 de novembro, na qual a também ex-primeira-dama enfrentará seu rival republicano, Donald Trump, para chegar à presidência do país.

O porta-voz da campanha de Hillary, Brian Fallon, afirmou que sua equipe desconhece "que tipo de material se trata". "Como sempre dissemos, Hillary Clinton forneceu ao Departamento de Estado todos os e-mails relacionados com seu trabalho que estavam sob sua posse em 2014. Não temos certeza do que se trata esse material localizado pelo Departamento de Justiça", disse em breve comunicado.

Hillary Clinton é a primeira mulher com chances de chegar à Casa Branca
Hillary Clinton é a primeira mulher com chances de chegar à Casa Branca
Foto: Getty Images / BBCBrasil.com

"Mas, se o Departamento de Estado determinar que alguns deles estavam relacionados com assuntos de trabalho, obviamente apoiamos que esses documentos sejam publicados também", completou.

Não demorou para que os opositores de Hillary também se pronunciassem. O presidente do Comitê Nacional Republicano (RNC, na sigla em inglês), Reince Priebus, reiterou que a ex-secretária de Estado "parece ser incapaz de dizer a verdade".

"O padrão de falta de honradez de Hillary é completamente inaceitável para uma candidata que busca o cargo mais alto do país. E sua recusa a dizer a verdade e sua pobre capacidade de julgamento é uma mostra de como agiria se fosse escolhida presidente", disse.

A polêmica pelos e-mails teve início em 2015, quando os veículos de imprensa americanos revelaram que, durante seus quatro anos no Departamento de Estado, Hillary usou durante o tempo todo uma conta particular para suas comunicações, com um servidor privado.

Hillary reconheceu então que teria sido "mais inteligente" usar uma conta oficial e entregou 55 mil páginas de e-mails de seu período como chefe do Departamento de Estado para que fossem divulgados, mas o caso gerou dúvidas sobre se Hillary tratou de maneira indevida informações sigilosas do governo ao usar sua conta pessoal.

O Departamento de Estado identificou cerca de 2.100 e-mails do servidor de Hillary com informação confidencial, mas assegurou que muitos deles não eram considerados classificados no momento de seu envio, mas foram rotulados como tal durante a revisão atual dos e-mails.

Além disso, o tema dos e-mails acentuou as acusações por parte da bancada republicana no Congresso sobre a má gestão da ex-secretária de Estado em relação ao ataque contra o consulado americano em Benghazi, na Líbia, em 2012, no qual morreram o então embaixador Chris Stevens e outros três funcionários do governo.

Hillary se submeteu há alguns meses a um comparecimento perante os legisladores que durou mais de 11 horas para explicar o ocorrido naquele ataque e, no início de julho, foi tornado público o relatório final dos congressistas sobre o atentado, no qual não foram encontradas provas contra a candidata democrata.

Além disso, o FBI recomendou em julho ao Departamento de Justiça que não indiciasse a candidata presidencial após finalizar suas investigações do caso dos e-mails, por isso a procuradora-geral, Loretta Lynch, seguiu suas diretrizes.

EFE   
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