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Estados Unidos

EUA: suposto autor de ataque em Washington era uma pessoa solitária

17 set 2013 - 02h55
(atualizado às 03h03)
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Foto de celular não datada motra Aaron Alexis em Fort Worth, no Estado do Texas
Foto de celular não datada motra Aaron Alexis em Fort Worth, no Estado do Texas
Foto: Kristi Kinard Suthamtewakul / AP

Aaron Alexis, apontado pelo FBI como o suposto autor do ataque desta segunda-feira contra um complexo da Marinha em Washington, que deixou pelo menos 13 mortos, era uma pessoa solitária e com um passado violento, que resultou na sua expulsão da Marinha em 2011.

Alexis, 34 anos, está entre os mortos do massacre nas instalações da Marinha, a quase um quilômetro do Capitólio e a menos de seis quilômetros da Casa Branca, em uma das áreas mais militarizadas da capital americana.

Uma fonte policial disse à emissora CNN que Alexis estava armado com uma AR-15, outra espingarda e uma pistola quando morreu no tiroteio, que o presidente Barack Obama classificou hoje com "um ato covarde".

Aparentemente, Alexis não frequentava as redes sociais como Facebook, YouTube e Twitter e, das poucas informações que foram divulgadas sobre ele, se sabe que teve problemas com a lei em 2010 devido ao uso indevido de arma de fogo.

Em 4 de setembro de 2010, Alexis foi acusado de envolvimento em um tiroteio no local onde vivia, um complexo residencial em Oak Hill Circle, quando atirou contra o teto de seu apartamento e em direção à residência de uma vizinha que, dias antes, tinha reclamado com ele no estacionamento por fazer muito barulho.

No documento da polícia de Fort Worth (Texas) consta o depoimento da mulher, que afirmou que se sentiu "aterrorizada" por Alexis desde esse dia e considerou que o tiro não foi acidental, como alegou o acusado.

Alexis foi membro das reservas da força naval em Fort Worth entre 2007 e 2011, onde trabalhava em vários sistemas de engenharia elétrica em equipamentos de aviação. Não tinha experiência em combate, nem tinha sido enviado para o exterior. A Marinha o expulsou em janeiro de 2011 por causa do incidente em seu apartamento.

Uma fonte anônima da Marinha disse ao jornal Los Angeles Times que Alexis "apresentava um padrão de má conduta" e foi expulso após várias infrações disciplinares em 2011.

Em maio de 2004, a Polícia de Seattle (Washington) prendeu Alexis porque ele atirou contra os pneus do veículo de um operário de construção e, segundo confessou, o fez após um ataque de raiva, mas argumentou que não se lembrava do incidente até uma hora depois do mesmo.

Alexis também disse à polícia na época que esteve presente durante "os trágicos atentados do 11/9" e que estes o haviam deixado "transtornado".

Som era muito claro, diz testemunha sobre tiroteio nos EUA:

Seu pai disse aos investigadores que Alexis sofria de transtorno de estresse pós-traumático (PTSD, em inglês), o que lhe causava problemas de temperamento, e que ele havia participado dos trabalhos de resgate após o 11/9.

Alexis, que se converteu ao budismo, se inscreveu em julho de 2012 na universidade aeronáutica de Embry-Riddle, que oferece cursos através da internet em aviação e assuntos aeroespaciais, confirmou a universidade.

Michael Ritrovato, um amigo seu, disse à CNN que Alexis era uma pessoa "amável" e nunca mostrou sinais de violência ou agressividade, mas que passava muito tempo jogando jogos eletrônicos de tiro na internet.

Neste ano, Alexis tinha trabalhado como técnico de computação para a empresa The Experts, uma terceirizada da Hewlett-Packard, e aparentemente tinha acesso ao complexo da Marinha e outras instalações militares.

Segundo Thomas Hosko, principal executivo da The Experts, Alexis passou por uma revisão de antecedentes e sua permissão de acesso privilegiado tinha sido renovada em julho pelas autoridades.

"Ninguém poderia ter feito nada para evitar este acontecimento, exceto Aaron Alexis. Talvez tenha ficado louco, não sei. Este simplesmente é o incidente mais infeliz que vivi em toda minha carreira", se lamentou Hoshko em declarações ao Washington Post.

Alexis trabalhava como funcionário terceirizado da Hewlett-Packard para atualizar os sistemas de computadores nas instalações da Marinha no mundo todo.

Michael Thacker, diretor de relações corporativas de Hewlett Packard, emitiu um comunicado no qual expressou suas condolências para as vítimas e seus familiares e assegurou que a empresa "está cooperando com as autoridades policiais, conforme foi solicitada".

Por enquanto, as autoridades federais não estabeleceram o motivo do crime, mas também não acreditam que se trata de uma ação terrorista. O FBI, que tenta descartar a possibilidade de um segundo suspeito, pediu a colaboração do público para analisar as ações de Alexis antes do tiroteio e divulgou suas fotos em seu site.

EFE   
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