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Eleições nos EUA

Trump e Hillary se enredam em guerra de acusações sobre racismo

28 ago 2016 - 20h48
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Hillary Clinton e Donald Trump se enredaram em uma guerra de acusações sobre racismo de alta voltagem enquanto tentam ganhar o voto de latinos e negros, eleitorados que podem decidir o pleito de novembro nos Estados Unidos.

O candidato republicano à vice-presidência, Mike Pence, disse neste domingo em entrevista à emissora "CNN" que as acusações de racismo dos democratas "soam desesperadas", mas o certo é que os dardos afiados desta semana saíram de ambas campanhas.

A enxurrada de insultos começou na quarta-feira, quando Trump disse que Hillary é "uma racista que vê as pessoas de cor apenas como votos, não como seres humanos que merecem um futuro melhor".

A candidata democrata respondeu em seguida em entrevista à "CNN" afirmando que o magnata "cortejou os supremacistas brancos" e "disseminou o racismo".

Depois, em um comício em Nevada acusou seu rival de "ter normalizado os grupos de ódio e ajudado os radicais a dominar o Partido Republicano" com sua "campanha construída sobre o preconceito e a paranoia".

Já na sexta-feira o candidato democrata à vice-presidência, Tim Kaine, indignou o entorno de Trump ao afirmar na Flórida que o magnata "tem apoiadores como David Duke, conectados com a Ku Klux Klan que saem por aí e dizem que é seu candidato porque está impulsionando seus valores".

"Os valores da Ku Klux Klan, os valores de David Duke, os valores de Donald Trump não são os valores americanos, não são nossos valores", ressaltou Kaine.

Por sua parte, o presidente do Comitê Nacional Republicano, Reince Priebus, considerou estes comentários "difamações sujas, deploráveis, vis e sem fundamentos".

No entanto, no sábado Trump reacendeu a polêmica ao retweetar uma mensagem de duas eleitoras negras que falam em alguns de seus comícios e que relacionavam Hillary com um antigo integrante da Ku Klux Klan.

"@DiamondandSilk: A desonesta Hillary está começando a desesperar-se. Em seus vitupérios contra Trump na "CNN" esqueceu como ela disse que um membro da KKK foi seu mentor", declarava a mensagem que o magnata citou sem acrescentar qualquer comentário em sua conta da rede social.

O duo de ativistas conhecido como "Diamond and Silk" confirmou à "CNN" que a mensagem se referia ao falecido senador da Virgínia Ocidental, Robert Byrd, um antigo membro da KKK arrependido depois, a quem Hillary descreveu em 2010 como "um verdadeiro americano, meu amigo e mentor".

Esta guerra de acusações coincide com a nova estratégia de Trump para se aproximar do eleitor negro e latino, dois eleitorados estratégicos entre os quais Hillary tem uma ampla vantagem nas pesquisas.

No sábado em Iowa, perante uma audiência majoritariamente branca, Trump disse com solenidade: "Nada significaria mais para mim que fazer de nosso partido o lar do voto afro-americano novamente".

Em discurso no qual voltou a pedir o voto de negros e latinos, o magnata lembrou mais uma vez que Hillary usou o termo "superpredadores" em 1996, uma expressão considerada racista e pela qual a candidata democrata já pediu perdão meses atrás.

"O quão rápido se esqueceram que Hillary Clinton chamou os jovens negros de superpredadores. Vocês se lembram? Superpredadores... E eles se sentiram muito insultados, mas agora as pessoas se esqueceram", comentou o magnata.

Pouco depois Hillary emitiu um comunicado para comemorar o 53º aniversário da Marcha sobre Washington, que é lembrada hoje e na qual Martin Luther King pronunciou seu histórico discurso "Eu tenho um sonho" para defender a igualdade racial.

"O que disputamos nestas eleições não tem comparação com nada do que enfrentamos antes. (...) Esses homens e mulheres valentes que marcharam, se sentaram e sangraram pelos direitos civis nos Estados Unidos não podem ter feito isso em vão", declarou Hillary sem mencionar o nome de seu rival.

Precisamente para hoje foi convocado no centro de Washington um protesto contra "a retórica de ódio" do magnata por ocasião do aniversário da marcha e do qual participaram políticos, líderes comunitários e ativistas.

EFE   
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