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Eleições nos EUA

Trump é oficialmente o candidato republicano à presidência

19 jul 2016 - 20h43
(atualizado em 20/7/2016 às 08h22)
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Porta-voz republicano Paul Ryan bate o martelo após reconhecer oficialmente a vitória de Trump
Porta-voz republicano Paul Ryan bate o martelo após reconhecer oficialmente a vitória de Trump
Foto: EFE

O magnata Donald Trump conquistou nesta terça-feira a candidatura oficial do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos nas eleições do próximo dia 8 de novembro, uma façanha que há um ano parecia uma utopia, mas que hoje se tornou realidade.

Trump alcançou a ansiada indicação no segundo dia da Convenção Nacional Republicana em Cleveland (Ohio), onde os delegados elegeram o magnata como candidato presidencial em uma animada votação, envolta por um ambiente festivo.

O magnata imobiliário demorou poucos minutos para reagir com uma breve mensagem publicada em sua conta no Twitter, na qual declarou que "é uma grande honra ser o indicado republicano para presidente dos Estados Unidos".

"Trabalharei duro e nunca lhes decepcionarei! AMÉRICA PRIMEIRO!", escreveu Trump que, em uma posterior mensagem de vídeo transmitida de Nova York, qualificou de "histórica" sua vitória nas primárias internas que culminaram hoje com sua indicação.

Donald Trump Jr. discursa para a plateia durante a convenção republicana
Donald Trump Jr. discursa para a plateia durante a convenção republicana
Foto: EFE

"Hoje foi um dia muito, muito especial, e nunca o esquecerei", ressaltou o multimilionário após a votação por estados na convenção na qual não esteve presente e superou os 1.237 votos, o mínimo necessário para oficializar sua candidatura.

No ginásio Quicken Loans, cheio de milhares de pessoas gritando "Trump, Trump, Trump!", esse momento decisivo chegou depois que Nova York, estado natal do empresário, lhe garantiu 89 de um total de 95 delegados.

Emocionado, mas com voz firme, o primogênito de Trump, Donald Jr., leu a designação dos delegados nova-iorquinos, junto com seus irmãos, Ivanka e Eric.

"É uma honra incrível ter sido parte desta viagem. Isto já não é uma campanha, é um movimento", assegurou o filho do multimilionário, antes que soasse no auditório a célebre "New York, New York" de Frank Sinatra para realçar a conquista de Trump.

Segundo a apuração global, o magnata obteve o respaldo de 1.725 delegados dos 2.472 com direito a voto, número que representa 69,8% do total, contra 30,2% que não deu sua aprovação ao candidato.

Tiffany, filha de Donald Trump, discursa para a plateia na convenção republicana
Tiffany, filha de Donald Trump, discursa para a plateia na convenção republicana
Foto: EFE

Essa porcentagem de delegados contrários ao indicado é a mais alta, em termos de rejeição, que se registra desde a disputada convenção republicana de 1976, na qual Gerald Ford venceu Ronald Reagan.

No entanto, a votação, que afugentou definitivamente o fantasma de uma revolta de delegados da facção "Never Trump" ("Trump Nunca"), como aconteceu ontem, representa um triunfo impensável para o magnata que se postulou para a presidência em 16 de junho de 2015, quando tanto os analistas como a imprensa não o levavam a sério.

Desde então, Trump, famoso por sua carreira como empresário e apresentador de TV e que nunca ocupou um cargo político, derrotou 16 rivais nas eleições primárias em uma das campanhas mais insólitas e imprevisíveis na história moderna dos Estados Unidos.

O magnata não duvidou em enfrentar o aparelho do Partido Republicano com um discurso demagógico repleto de insultos e propostas polêmicas, como a construção de um muro na fronteira com o México para impedir a imigração ilegal ou o veto à entrada de muçulmanos no país para lutar contra o terrorismo jihadista.

Com a incorreção política como bandeira, Trump fez comentários misóginos e racistas que tiraram do sério o setor tradicional do Partido Republicano, cujos líderes ofereceram hoje um apoio morno ao novo indicado após a votação dos delegados.

O presidente da Câmara dos Representante dos EUA, Paul Ryan, fez um apelo à unidade do partido, ao apresentar as divisões com uma demonstração da disposição da legenda a debater para poder mudar o país.

"A democracia é uma série de opções. Nós republicanos elegemos. Tivemos nossas discussões neste anos? Claro que tivemos", argumentou Ryan em seu discurso na convenção.

"Sabem como chamo isso? Sinais de vida. Sinais de um partido que não só pronuncia novas palavras para os mesmos velhos assuntos", completou Ryan, que ocupa o posto político mais importante dos EUA depois da presidência e da vice-presidência.

Em uma das poucas menções ao magnata, o dirigente republicano afirmou que "no próximo Estado da União (discurso presidencial do início do ano) me verão junto com o vice-presidente Mike Pence e o presidente Donald Trump".

Republicanos comemoram oficialização de Trump como candidato do partido
Republicanos comemoram oficialização de Trump como candidato do partido
Foto: EFE

Antes de Ryan, que criticou repetidamente os excessos de Trump e a quem não deu seu apoio formal até o mês passado, discursou outra grande figura do establishment, o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell.

"Com quatro anos de Hillary teremos quatro anos de escândalos que seguem os Clinton como moscas ao mel", assegurou McConnell, que até hoje tinha mantido distância de Trump, em referência à virtual candidata democrata.

Resolvido o trâmite dos delegados, só resta que Donald Trump aceite nesta quinta-feira a candidatura à presidência no discurso que tradicionalmente encerra a convenção republicana, que começou nesta segunda-feira.

Antes disso, Trump receberá nesta quarta-feira seu companheiro de chapa e candidato à vice-presidência, o governador de Indiana, Mike Pence, que pronunciará seu próprio discurso de aceitação.

EFE   
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