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Eleições nos EUA

Jornalista da People diz que Trump abusou dela durante entrevista

13 out 2016 - 03h26
(atualizado em 18/10/2016 às 12h30)
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A jornalista da revista "People", Natasha Stoynoff, denunciou nesta terça-feira que o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, abusou dela em 2005 durante uma entrevista que ela fez com o magnata e a sua esposa, Melania, que naquela época estava grávida.

Em dezembro de 2005, de acordo com o relato de Natasha publicado em "People", a jornalista, que normalmente era responsável pela cobertura de Trump, viajou para Palm Beach (Flórida), com o objetivo de entrevistar o casal por ocasião de seu primeiro aniversário de casamento.

A entrevista foi no hotel Mar-a-Lago (propriedade de Trump), onde começaram com uma sessão de fotografias enquanto eles falavam "como estavam felizes durante o primeiro ano de casamento".

"Quando tivemos um intervalo para a Melania, que estava muito grávida, subisse ao apartamento para trocar de roupa para novas fotos, Donald quis me mostrar a mansão. Havia um 'tremendo' quarto, ele disse, que eu tinha a ver", relatou.

"Entramos sozinhos no quarto, e Trump fechou a porta. Eu me virei, e em segundos, ele me empurrou contra a parede, e enfiou sua língua até minha garganta", lembrou a jornalista, afirmando que Trump estava "gordo" e que não pôde fazer nada para impedi-lo.

Depois de um minuto, segundo Natasha Stoynoff, o mordomo interrompeu para avisar que Melania estava pronta para continuar a entrevista.

Antes da chegada de Melania, no entanto, Trump teve tempo para continuar a assediá-la: "Você sabe que vamos ter uma aventura, verdade? (...) Vamos ter uma aventura, eu te digo", disse o magnata para Natasha.

"Naquele momento entrou Melania. E naquele momento Donald voltou a ser aquele marido carinhoso, como se nada tivesse acontecido", afirmou a jornalista, que seguiu com a entrevista e depois retornou para seu hotel, mas seu calvário não tinha terminado.

No dia seguinte tinha marcado uma massagem no spa do Mar-a-Lago, onde chegou atrasada 30 minutos.

O massagista disse a ela que Trump ficou esperando sua chegada por 15 minutos no interior da sala de massagens e ao ver que não ela não aparecia, seguiu para uma reunião.

"Deitei na maca, mas meus olhos estavam postos na maçaneta da porta todo o tempo. 'Aparecerá e este menino vai deixá-lo entrar comigo estando seminua'. Encerrei a sessão, me vesti e fui para o aeroporto", relatou.

Embora tenha dito o que aconteceu a um colega, além de alguns amigos e familiares, Natasha Stoynoff decidiu ficar em silêncio porque estava "envergonhada" e "temerosa" do que Trump pudesse fazer.

Mas na semana passada, um vídeo de 2005 apareceu, onde Donald Trump se vangloriava em uma conversa privada, de como abusava das mulheres as beijando sem seu consentimento e tocando em suas partes íntimas.

No último domingo, durante debate com a democrata Hillary Clinton, o magnata negou que tenha colocado em prática e disse que foram "apenas palavras".

Nesta terça, no entanto, apareceram outros três testemunhos, além da jornalista, denunciando abusos por parte do Donald Trump.

A campanha de Trump, por sua parte, negou a veracidade de todas as acusações e afirmou que se tratam de relatos de "ficção" e de "ataques políticos" contra o candidato republicano.

EFE   
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