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Debate revela como Hillary e Trump divergem sobre raça, economia e segurança

27 set 2016 - 07h14
(atualizado às 07h31)
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Os dois principais candidatos à Casa Branca travaram duelo tenso com vistas às eleições de novembro
Os dois principais candidatos à Casa Branca travaram duelo tenso com vistas às eleições de novembro
Foto: Getty Images

Em debate assistido por mais de cem milhões de telespectadores - público comparável ao do evento esportivo de maior audiência da TV americana, o Superbowl -, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton e o empresário Donald Trump deram pistas sobre as posturas que deverão adotar na reta final da eleição.

Os dois travaram um encontro tenso no primeiro de três debates televisionados antes das eleições de 8 de novembro. Este foi realizado na Universidade Hofstra, em Hempstead, Nova York.

Autor de várias declarações polêmicas ao longo da campanha e tido como imprevisível, Trump manteve o tom desafiador e interrompeu várias falas de Hillary, a quem disse faltar "energia" para ser presidente.

Ele evitou, porém, afirmações mais agressivas e não trouxe à tona o escândalo extraconjugal do marido da oponente (o ex-presidente Bill Clinton), atitude que reforça a posição mais moderada que vem adotando desde que trocou seu principal marqueteiro, no meio de agosto.

Líder nas pesquisas, Hillary alternou momentos debochados - quando ria de afirmações de Trump e tratava as críticas do candidato como descabidas - com questionamentos mais incisivos sobre o preparo do oponente e seu histórico de posições controversas.

A BBC Brasil listou os principais pontos de divergência entre os candidatos, temas que devem continuar em pauta até a votação.

Economia

Trump insistiu na crítica aos acordos comerciais que os EUA mantêm com outros países, especialmente o Nafta, com Canadá e México.

Trump teve bons momentos quando criticou estado da economia e situação de empregos, dizem analistas
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Foto: Getty Images

Ele diz que os acordos estimulam empresas americanas a mover suas operações para outros países, fechando vagas de trabalho para americanos. Afirma que, se eleito, buscaria impedir que outras empresas se transfiram, cobrando-lhes impostos caso queiram exportar aos EUA produtos fabricados em outros países.

Hillary defende aumentar os impostos sobre os mais ricos e políticas que favoreçam a classe média, como facilitar o pagamento de dívidas estudantis. Ela também propõe investir em energias renováveis para estimular a economia e tornar os EUA a "superpotência em energia limpa do século 21".

Terrorismo

Trump criticou Hillary por divulgar na internet seu plano para derrotar o autointitulado Estado Islâmico (também chamado de Isis ou Daesh), grupo que controla partes da Síria e do Iraque e tem promovido ou inspirado atentados em vários países do mundo. Segundo o empresário, ela está "contando ao inimigo tudo o que quer fazer".

Ele diz que Hillary e o presidente Barack Obama são responsáveis pelo surgimento do grupo, por terem criado um vácuo ao retirar tropas americanas do Iraque.

A ex-secretária afirma que "ao menos tenho um plano para combater o Isis" e que cronograma da retirada das tropas no Iraque foi definido no governo de George W. Bush. Ela defendeu monitorar a internet e trabalhar com muçulmanos dentro e fora dos EUA para identificar potenciais terroristas.

Clinton acusou rival republicano de machismo e de dar declarações imprecisas
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Foto: Getty Images

Racismo e segurança

Candidata preferida pela maioria dos negros americanos, Hillary diz que, nos EUA, a raça de uma pessoa determina onde ela mora, o tipo de educação que recebe em escolas públicas e como é tratada por polícia e Justiça. Ela diz que é preciso restabelecer a confiança entre a polícia e as comunidades e dar aos policiais treinamento para que usem a força só quando necessário.

Trump propõe enfocar a busca da lei e da ordem com maior ênfase no combate à criminalidade. Ele defende a polêmica política de "stop and frisk", popularizada em Nova York na gestão do então prefeito Rudy Giuliani (1994-2001) e que consiste em parar e revistar pedestres em busca de armas. A prática foi considerada inconstitucional por afetar desproporcionalmente minorias.

Declaração de impostos e Obama

Hillary cobrou Trump a divulgar sua declaração de imposto de renda. Ela diz que o empresário se recusa a liberar o documento ou para não expor conflitos de interesse por causa de seus negócios, ou para não revelar que é menos rico do que diz, ou por não pagar imposto de renda.

Trump diz que a declaração está passando por uma auditoria e será divulgada. Em resposta, cobrou Hillary a tornar públicos os e-mails que enviou de um servidor privado enquanto era secretária de Estado, prática que lhe rendeu duras críticas e lhe expôs a uma investigação policial.

Hillary também criticou Trump por ter questionado por vários anos se Obama tinha de fato nascido nos EUA, dizendo que o empresário começou sua carreira política com uma "mentira racista".

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