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Chefe de operação que levou à morte de Jean Charles assume mais alto cargo policial do Reino Unido

22 fev 2017 - 14h05
(atualizado às 14h42)
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Cressida Dick é a 1ª mulher a comandar Polícia Metropolitana desde a criação da força
Cressida Dick é a 1ª mulher a comandar Polícia Metropolitana desde a criação da força
Foto: BBC / BBC News Brasil

Cressida Dick, a policial que comandou a operação em que o brasileiro Jean Charles de Menezes foi morto por engano por policiais em uma estação do metrô de Londres, foi anunciada nesta quarta-feira como a nova comandante da Polícia Metropolitana de Londres (também conhecida como Scotland Yard).

Ela será a primeira mulher a ocupar o cargo policial mais importante do Reino Unido desde a criação da força, em 1829.

No dia 22 de julho de 2005, Cressida comandou, do centro de operações da Scotland Yard, a perseguição a um homem identificado como um dos suspeitos de uma tentativa de atentado a trens do metrô no dia anterior - o etíope naturalizado britânico Osman Hussain, que morava no mesmo conjunto habitacional do brasileiro.

Depois de uma ordem da comandante para que o suspeito fosse impedido de entrar no metrô, Jean Charles foi morto com sete tiros na cabeça por agentes à paisana.

Cressida foi inocentada de qualquer responsabilidade pelo inquérito que apurou o incidente - a Scotland Yard recebeu apenas uma multa por violações à mesma legislação que regula acidentes de trabalho.

Jean Charles de Menezes foi confundido com o suspeito Hussain Osman
Jean Charles de Menezes foi confundido com o suspeito Hussain Osman
Foto: PA / BBC News Brasil

Críticas

Em entrevista à BBC Brasil, dois primos do eletricista mineiro, Patrícia Armani e Alex Pereira, criticaram a promoção de Cressida a comissária.

Armani contou que a família enviou no início da semana uma carta ao prefeito de Londres, Sadiq Khan, pedindo que ele não endossasse a nomeação - Khan, ao lado da ministra do Interior, Amber Rudd, fez parte do painel que entrevistou os candidatos ao cargo ocupado nos últimos cinco anos por Bernard Hogan-Howe.

"Estamos muitos desapontados com a decisão, porque a Cressida Dick foi no mínimo incompetente no comando da operação em que meu primo morreu. Não há garantia de que outras pessoas não morrerão em erros deste tipo, ainda mais neste momento em que várias cidades europeias estão em alerta por causa de ataques como o do (grupo extremista autodenominado) Estado Islâmico", afirmou ela.

Pereira acusou a policial de se "beneficiar de uma tragédia que ela mesmo provocou."

"Não é fácil vê-la promovida ao mais alto cargo policial do Reino Unido", disse.

O novo cargo dará a Cressida um salário anual de cerca de R$ 1 milhão, maior que a da primeira-ministra, Theresa May.

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