PUBLICIDADE

Mundo

Ataque a igreja na França marca começo da JMJ na Cracóvia

26 jul 2016 - 16h30
Compartilhar
Exibir comentários

A 31ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ) começou nesta terça-feira na Cracóvia, Polônia, com a missa inaugural realizada na Esplanada de Blonia, perto do centro histórico, onde o cardeal polonês Stanislaw Dziwisz homenageou às vítimas dos últimos ataques terroristas, especialmente o padre assassinado na França nesta manhã.

"Somos irmãos e irmãs. Somos filhos de um só Deus cujo coração é misericordioso e tem lugar para todos", disse o cardeal, que conduziu a missa de abertura, já que o papa Francisco chegará à cidade amanhã.

"Queremos viver em paz e rezamos para que essa paz chegue até nosso mundo, para que acabem a violência, a injustiça e a fome", disse ele, em referência ao padre francês Jacques Hamel, de 84 anos, assassinado durante a missa matinal na cidade de Saint-Etienne-du Rouvray.

Antes da abertura oficial do evento, o papa Francisco expressou "dor" e "horror" pela "violência absurda" que foi o assassinato do padre na França, e o arcebispo de Rouen, diocese à qual pertence à Igreja de Saint-Etienne-du Rouvray, Dominique Lebrun, anunciou que deixaria a Jornada para voltar à Normandia.

Porém, nem o medo de um ataque terrorista nem o céu nublado impediram que milhares de fiéis (cerca de 500 mil, segundo a organização) se juntassem na Esplanada, entre eles 30 mil católicos franceses que mostram forte união com suas bandeiras e cânticos.

A Esplanada, que foi o cenário da primeira missa, será também o lugar onde o papa Francisco vai fazer encerramento do evento, no próximo dia 31.

Todos os presentes se submeteram a fortes medidas de segurança, depois que as autoridades polonesas desdobraram um amplo efetivo, por conta dos últimos ataques sofridos na França e na Alemanha.

"Por causa da JMJ, entrou em vigor em todo o país o nível de alerta nacional ALFA (1) e o nível BRAVO em segurança perante ciberataques", lembrou hoje o porta-voz do governo polonês, Rafal Bochenek, que informou que a medida será mantida até 1º de agosto.

Para evitar incidentes, a Polônia enviou para à Cracóvia milhares de policiais de todas as partes do país, proibiu os guardas de fronteiras tirassem férias neste período e reintroduziu controles de fronteira com os países comunitários vizinhos.

As medidas já são perceptíveis, com policiais equipados com dispositivos de Raio X e detectores de metal, assim como cachorros treinados para encontrar explosivos nas principais estações de trem, ônibus e nas áreas mais movimentadas da Cracóvia.

Também está suspensa a circulação de caminhões de grande porte pela cidade, depois que um veículo de 19 toneladas atropelou uma multidão no último dia 15 em Nice, na França, e não está permitido o uso de drones e "objetos voadores não autorizados" em um raio de 65 quilômetros ao redor da Cracóvia e da cidade de Czestochowa, onde Francisco realizará a missa campal na sexta-feira.

Até o momento, não foram registrados incidentes significativos, além da prisão, há dois dias, em Lodz (centro da Polônia) de um iraquiano que portava uma pequena quantidade de material explosivo, embora não existam evidências de vinculação com a preparação de ato terrorista.

De fato, o ministro de Interior Mariusz Blaszczak insistiu nos últimos dias que não existe ameaça terrorista na Polônia, e lembrou que a Polônia não vive os problemas de outros membros do bloco, como a Alemanha e França, já que a sociedade polonesa não é multicultural.

EFE   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade