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Ásia

Fukushima: robô mede alta radiação dentro de reator 1

19 mar 2017 - 10h37
(atualizado às 14h55)
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Um robô conseguiu pela primeira vez medir os altos níveis de radioatividade dentro do reator 1 de Fukushima, além de captar imagens do mesmo, passos necessários para seu futuro desmantelamento, informou neste domingo a operadora da usina.

O dispositivo, manuseado por controle remoto, é o terceiro que tenta analisar o interior da vasilha de contenção do reator 1, e completou com sucesso a primeira parte de sua missão após superar problemas técnicos, explicou em comunicado a Tokyo Electric Power Company (TEPCO).

O aparelho detectou um nível de radiação de 7,8 sieverts por hora dentro da vasilha de contenção primária, compartimento que armazena o núcleo do reator nuclear e o separa do exterior.

A TEPCO afirmou que o efeito desta radiação "é protegido com dois muros e a cobertura de aço" da vasilha, e precisou que "não foi detectado nenhum impacto" no exterior da unidade atômica número 1 da usina.

Uma dose de um só sievert por dia pode causar danos graves na saúde humana e até a morte, por isso que os níveis estimados no interior das instalações nucleares impossibilitam o acesso de operários humanos e inclusive danificariam aparelhos eletrônicos convencionais.

A TEPCO explicou que os 7,8 sieverts por hora supõem a primeira medição do nível de radioatividade dentro da vasilha do reator, o que "não significa que tenha ocorrido nenhum novo fenômeno" no coração do reator.

Além disso, o robô captou fotografias e vídeos da plataforma que rodeia o núcleo do reator, junto com outras medições que "não refletem mudanças significativas" no interior da unidade 1.

O aparelho seguirá realizando medições nos próximos dias com o objetivo de determinar a suposta presença de combustível que pôde ser filtrado desde o núcleo do reator até o fundo da vasilha de contenção, algo que até agora não foi possível confirmar.

Avaliar as condições no interior do reator é um passo necessário para elaborar um plano sobre a futura retirada do combustível nuclear, embora esta tarefa seja dificultada pelos níveis mortais de radioatividade dentro das instalações nucleares.

Outro aparelho enviado no mês passado pela TEPCO dentro da unidade 2 também teve o sistema eletrônico foi danificado pela radioatividade, embora as imagens que coletou tenham fornecido informações relevante sobre as condições do reator.

Os reatores 1, 2 e 3 sofreram fusões parciais de seus núcleos por causa do desastre que originou o terremoto e o tsunami de março de 2011, e conhecer o estado exato das barras de combustível radioativo é fundamental para seu manejo e retirada.

A crise atômica de Fukushima, desencadeada pelo terremoto e posterior tsunami que castigaram há seis anos o nordeste do arquipélago japonês, é considerada o pior acidente nuclear desde o de Chernobyl (Ucrânia) em 1986.

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