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Ásia

Park deixa palácio presidencial da Coreia do Sul após impeachment

12 mar 2017 - 10h25
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A ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, deixou neste domingo a residência presidencial de Seul, dois dias depois que o Tribunal Constitucional ratificou sua destituição pelo caso de corrupção que ficou conhecido como "Rasputina".

Um porta-voz leu após sua saída um comunicado no qual Park pediu desculpas "por falhar em cumprir" com seu dever "até o fim" e acrescentou que acredita que "a verdade acabará sendo revelada, mesmo que leve tempo".

A ex-presidente, que tinha mantido silêncio até agora e, em nenhum momento, quis reconhecer o veredicto, deixou a Casa Azul dois dias depois que a máxima instância judicial do país a afastou do poder.

Através de um comunicado, o escritório da presidência informou que "a presidente Park Geun-hye deixou a Cheong Wa Dae (Casa Azul) por volta das 19h20 locais (7h20 de Brasília), após despedir-se de centenas de funcionários (do Escritório da presidência e do Conselho Nacional de Segurança) que saíram para vê-la e a acompanharam enquanto deixava o recinto".

A agora ex-presidente, de 65 anos, voltou a sua residência no sul de Seul, onde viveu de 1990 a 2013, quando ganhou as eleições e se transformou na primeira mulher a chegar à chefia de Estado na Coreia do Sul.

As televisões do país transmitiram ao vivo o percurso do comboio de Park da Casa Azul até sua residência particular, onde centenas de simpatizantes lhe deram as boas-vindas com bandeiras sul-coreanas e dos Estados Unidos.

Por volta de mil policiais cercaram o edifício para prevenir incidentes, informou a agência "Yonhap".

Desde que o veredicto foi anunciado na sexta-feira, os simpatizantes de Park, que consideram o impeachment uma farsa orquestrada pela esquerda, protagonizaram alguns episódios violentos e confrontos com a polícia, o que resultou na morte de três homens, além de vários feridos.

Por outro lado, milhares de pessoas celebraram no centro de Seul, desde a sexta-feira e durante todo o fim de semana, o veredicto do Tribunal Constitucional que ratificou a decisão tomada em dezembro pelo parlamento sul-coreano.

Os partidos de oposição pediram que Park reconhecesse publicamente o veredicto da Justiça para ajudar a atenuar a divisão no país entre opositores e defensores da agora ex-presidente.

A sentença estabeleceu que Park, de 65 anos, violou a Carta Magna ao permitir que sua amiga Choi Soon-sil, de 60 anos e conhecida como "Rasputina", inteferisse em assuntos de Estado e ao confabular com ela para extorquir recursos de grandes empresas, entre elas a Samsung, a maior do país.

Após o impeachment da presidente, a Coreia do Sul deve realizar eleições presidenciais em um prazo inferior a 60 dias, período durante o qual o ex-primeiro-ministro Hwang Kyo-ahn seguirá como presidente interino.

EFE   
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