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Ásia

Mongólia promete à China que não permitirá mais visitas de Dalai Lama ao país

21 dez 2016 - 07h47
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O governo da Mongólia se comprometeu perante a China a não permitir mais visitas de Dalai Lama, depois que uma recente viagem do líder espiritual tibetano no exílio ao país de Ásia Central estremeceu as relações diplomáticas e comerciais entre Pequim e Ulan Bator.

Segundo informa nesta quarta-feira o jornal governista chinês "Global Times", o ministro das Relações Exteriores, Tsend Munkh-Orgil, expressou à imprensa de seu país seu pesar pelo impacto nas relações bilaterais chinês-mongóis que causou a recente visita de Dalai Lama, e afirmou que este não voltará a ser autorizado a viajar à Mongólia.

A viagem à Mongólia do líder tibetano, que deixou todo político em 2011, se emoldurou no fato de que boa parte da população desse país de Ásia Central pratica o budismo.

No entanto, o ministro das Relações Exteriores mongol ressaltou que também não serão permitidas futuras viagens desta personalidade em nome da religião.

Em Pequim, o Ministério das Relações Exteriores chinês reagiu hoje a esta decisão pedindo ao governo da Mongólia que "aprenda a lição" e "respeite os interesses da China, honre seus compromissos e faça esforços para que melhorem as relações bilaterais", em palavras da porta-voz Hua Chunying.

A questão tibetana "é um assunto de soberania e integridade territorial", por isso a posição de Pequim a respeito é "clara e consistente", acrescentou Hua.

Nas últimas semanas, a China condenou a visita de Dalai Lama ao país vizinho e cancelou em represália vários encontros bilaterais entre os Executivos de ambos países.

As tensões também se transferiram ao campo comercial, já que a China estabeleceu novas taxas à exportação de produtos procedentes da Mongólia e dificultou o acesso de caminhões de carga mongóis a território chinês, algo que afeta muito um país que tem no gigante chinês seu parceiro comercial quase exclusivo.

A China considera o 14° Dalai Lama Tenzin Gyatso, prêmio Nobel da Paz em 1989, um separatista cujo objetivo soterrado é a independência da região autônoma do Tibete, e Pequim costuma protestar contra os países que com frequência convidam o líder espiritual a participar de atos públicos.

EFE   
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