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Ásia

Coreia do Norte diz que está preparada para "ataque preventivo" dos EUA

11 abr 2017 - 09h45
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A Coreia do Norte realizou nesta terça-feira sua sessão anual parlamentar em um ambiente de crescente tensão regional, depois que o regime de Pyongyang assegurou que está preparado para responder a um "ataque preventivo" dos EUA e condenou o envio de um porta-avião à região.

A sessão da Assembleia Suprema do Povo (Parlamento), que foi convocada para coincidir com o quinto aniversário da liderança de Kim Jong-un, é realizada anualmente para ratificar as decisões de política local adotadas pelo Partido dos Trabalhadores e o Exército.

No entanto, a atual situação de nervosismo na península coreana acabou por tomar a atenção, sobretudo depois que Pyongyang disse hoje que está pronto "para reagir perante qualquer forma de guerra" de Washington, depois que o Pentágono ordenou o envio do USS Carl Vinson.

O desdobramento do porta-aviões na região responde ao lançamento de um míssil de médio alcance que Pyongyang fez em 5 de abril e ocorre justo depois que as forças americanas destruíram com mísseis de cruzeiro uma base do regime sírio como castigo por seus ataques com armas químicas.

Esta situação, unida à insistência de Pyongyang na hora de desenvolver mísseis nucleares capazes de alcançar o território americano como via para garantir sua sobrevivência, fazem pensar que o Exército norte-coreano poderia fazer em breve um novo teste atômico ou de projéteis balísticos.

Uma amostra de força por parte norte-coreana reforçaria a imagem interna da dinastia Kim em um momento idôneo, já que o país celebra o 105° aniversário do nascimento de seu fundador, Kim Il-sung (avô do atual líder), e o 85° aniversário do Exército Popular no dia 25.

Além disso, recentes imagens tiradas por satélite na base de testes nucleares de Punggye-ri (nordeste) apontam que o regime poderia estar preparando sua sexta detonação atômica subterrânea.

Já os militares americanos e sul-coreanos realizaram hoje exercícios em Pohang, 360 quilômetros ao leste de Seul, no marco das manobras militares anuais "Foal Eagle", que neste ano contaram com o maior desdobramento até a data em resposta ao número recorde de testes de armas feitos por Pyongyang em 2016.

Todo este cenário semeou também uma paulatina inquietação na Coreia do Sul, onde o governo insiste hoje que não haverá uma ação militar unilateral dos EUA contra a Coreia do Norte.

"Se for algo que chegar a ocorrer (um ataque preventivo sobre a Coreia do Norte), será realizado sob a estreita aliança defensiva entre Coreia do Sul e EUA", respondeu neste sentido aos jornalistas o porta-voz do Ministério Defesa, Moon Sang-gyun.

Washington advogou por um endurecimento de sua estratégia para frear os avanços do programa nuclear e de mísseis de Pyongyang após a chegada de Donald Trump à Casa Branca em janeiro, e apontou que analisa diferentes cenários como um ataque preventivo ou a eliminação de Kim Jong-un.

Não obstante, muitos analistas descartam por enquanto esta possibilidade devido ao enorme custo de vidas civis que uma ação assim poderia ter em países aliados de EUA como Coreia do Sul ou Japão.

EFE   
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