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América Latina

Violentos e milionários: conheça os chefes do tráfico mexicano

14 set 2010 - 13h07
(atualizado às 13h46)
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Em cerca de 15 dias, autoridades detiveram dois chefes do tráfico mexicano. Em 30 de agosto, Edgar "La Barbie" Valdez foi preso em uma operação policial. Suspeita-se que Valdez, 37 anos, seja o mais importante líder de cartel detido com vida desde o início da guerra às drogas no México, em 2006. Ele estaria disputando o controle do cartel de Beltran Leyva contra Héctor Beltrán Leyva e Sérgio Villarreal, apelidado de "El Grande", e detido pouco depois, no dia 12 de setembro. Villarreal foi capturado pelo exército mexicano em Puebla, no centro do país, depois de protagonizar por meses disputas violentas pelo controle do cartel. Confira abaixo alguns dos principais líderes de cartéis mexicanos:

Edgar "La Barbie" Valdez Villareal, um dos traficantes mais procurados do país, foi detido em agosto de 2010
Edgar "La Barbie" Valdez Villareal, um dos traficantes mais procurados do país, foi detido em agosto de 2010
Foto: Reuters

"La Barbie"

Edgar "La Barbie" Valdez, 37 anos, considerado um dos maiores traficantes de drogas do México, foi preso em agosto, em uma operação policial. Ele era um dos traficantes mais procurados por México e EUA. A recompensa por sua captura estava fixada em US$ 2,2 milhões. Nascido em 1973 na cidade de Laredo (Texas), "La Barbie" - assim chamado pelo cabelo louro e os olhos claros - foi escalando posições no narcotráfico. No início, liderou operações na fronteira, quando ficou conhecido por sua violência. Nos últimos meses, era apontado pelas autoridades como o mandante de dezenas de execuções na cidade de Cuernavaca e no balneário de Acapulco. As vítimas de "La Barbie" geralmente eram decapitadas ou sofriam graves mutilações, e muitas foram penduradas em pontes após a execução. O narcotraficante travava uma sangrenta luta nos Estados de Morelos e Guerrero pelo controle do cartel dos irmãos Beltrán Leyva, cujo líder, Arturo Beltrán, morreu em dezembro passado durante uma operação militar.

"El Grande"

No dia 12 de setembro, o exército mexicano capturou Sergio Villarreal, principal operador do cartel de drogas dos irmãos Beltrán Leyva. Villarreal, conhecido como "El Grande", estava num nível hierárquico equivalente ao de Edgar Valdez. O ex-policial, por quem o governo oferecia uma recompensa de cerca de US$ 2,3 milhões, foi preso ao sair de uma casa na cidade de Puebla, perto da capital mexicana, junto com outras pessoas.

Arturo Beltrán Leyva

Arturo Beltrán Leyva, chefe de um dos cartéis de drogas mais poderosos e violentos do México e um dos homens mais procurados pela Justiça do México e dos Estados Unidos, morreu em dezembro de 2009 em um confronto com forças de segurança do país. O criminoso, que chamava a si mesmo de "o chefe dos chefes", liderava a organização que levava seu nome, uma dissidência do cartel de Sinaloa, e era acusado pelos EUA de introduzir toneladas de cocaína no país. Leyva foi o traficante mais importante já morto pelas forças mexicanas desde o chefe do cartel de Tijuana, Ramon Arellano Felix, em 2002. Chamado de "botas brancas" por causa de suas botas de caubói, ele desfrutava da proteção de policiais corruptos. Havia uma recompensa de US$ 2,4 pela captura de Leyva no México, onde ele era procurado por crime organizado e sequestro. Beltrán Leyva foi um importante membro do poderoso cartel de Sinaloa, mas deixou o grupo após a prisão de seu irmão Alfredo em janeiro de 2008, o que foi visto como uma traição pelo líder do Sinaloa, Joaquín "El Chapo" Guzmán, esse sim o homem mais procurado no país.

Carlos Beltran Leyva

Carlos Beltran Leyva, 40 anos, considerado membro-chave de um dos cartéis mais poderosos do narcotráfico mundial, foi preso em 30 de dezembro de 2009 em Culiacán, cidade onde ele e seus irmãos nasceram e onde teriam começado as operações do cartel Beltrán Leyva. A polícia mexicana descreve Carlos como um membro-chave do cartel, mas não se sabe se ele assumiu o posto de chefe após a morte do irmão.

"El Chapo"

Joaquín Guzmán Loera, conhecido como "El Chapo", é considerado o traficante mais poderoso e mais procurado do México e de toda América Latina. O governo mexicano estipulou em US$ 2 milhões a recompensa por informações sobre seu paradeiro, enquanto os EUA, em US$ 5 milhões. Cabeça-chave do Cartel de Sinaloa, "El Chapo" tem relações em mais de 40 países e controla 3,5 mil empresas em todo o mundo. Seu cartel é responsável por 45% do tráfico e da produção de drogas no México. Ele chegou a ser preso em 1993 por assassinato e crime organizado, mas fugiu em janeiro de 2001 dentro de um caminhão. Em 2002, ele quase foi capturado novamente, mas fugiu pouco antes de 200 policiais cercarem a fazenda onde estava. Acredita-se que "El Chapo" tenha sido avisado por algum agente do governo sobre a operação. O cartel de Sinaloa, sob seu comando, é apontado como o mais poderoso, mais bem estruturado e mais protegido por policiais e militares. A organização atua nos Estados de Sonora, Tamaulipas, Nuevo León, Michoacán, Sinaloa, Jalisco, Estado do México e Guerreiro.

"El Teo"

Teodoro Garcia Simental, conhecido como "El Teo", foi capturado em janeiro de 2010 numa zona residencial da cidade costeira de La Paz, em Baja California, em uma operação conjunta das Polícias Federais do México e dos Estados Unidos. Garcia Simental era conhecido como um dos assassinos do cartel do clã Arellano Felix, o maior de Tijuana. Ele teria formado um novo grupo ligado ao cartel Sinaloa depois que seu antigo grupo foi desmantelado e a maioria dos líderes mortos ou presos, em 2008. O objetivo de "El Teo" seria ajudar Guzman, chefe do Sinaloa, a assumir o controle dos corredores-chave do tráfico de droga na região norte do México. O governo mexicano oferecia US$ 2,7 milhões por informações que levassem à sua captura. Ele era conhecido pela violência nas execuções que comandava. Por vezes deixava notas pregadas nos corpos ou dissolvia-os em ácido e soda cáustica.

"La Burra"

Héctor Huerta Ríos, conhecido como "La Burra", é considerado um dos principais operadores do cartel dos irmãos Beltrán Leyva e foi detido em março de 2009. A prisão aconteceu apenas algumas horas depois que a Promotoria do país ofereceu uma recompensa de cerca de US$ 1 milhão por informações que levassem a captura dos chefes dos cartéis. Huerta Ríos era considerado o principal operador dos irmãos Beltrán Leyva, que atuam no Estado de Nuevo León, na fronteira com o Texas. Cabia a ele fazer pactos com o rival cartel do Golfo para dividir as operações de narcotráfico e evitar enfrentamentos. O narcotraficante também é acusado de ser o mandante da morte do diretor da Agência de Investigações de Novo León, Marcelo Garza y Garza, em setembro de 2006.

"Nacho"

Ignacio "Nacho" Coronel, um dos líderes do cartel de Sinaloa, foi morto em julho de 2010 em um confronto com militares no México. Coronel era considerado o terceiro da linha de comando dentro do cartel. Ele tinha mandado de prisão emitido pelos Estados Unidos, que ofereciam US$ 5 milhões por informações que conduzissem à sua detenção. O México oferecia outros US$ 2,3 milhões de recompensa por sua captura. Coronel, 56 anos, tinha sido considerado pouco antes um líder em ascensão pela revista política Proceso, que disse que ele estava em condições de formar seu próprio cartel. Dentro do Sinaloa, ele era responsável por grande parte do tráfico de metanfetaminas e toneladas de cocaína aos EUA.

Osiel Cárdenas

Osiel Cárdenas Guillén, chefe do cartel do Golfo, foi preso em 2003 e extraditado para os Estados Unidos em 2007. Era conhecido por uma série de apelidos diferentes, entre eles "El Loco", "El Patrón", "Madrina", "Memo" e "Mata Amigos" - este último recebido depois de matar o amigo Salvador Gómez Herrera em 1998, e assim conquistar a liderança sobre o cartel. Cárdenas Guillén só foi capturado após uma operação de inteligência e investigação que durou mais de seis meses. Havia três ordens de prisão contra o traficante por lavagem de dinheiro e crime organizado. Ele foi o responsável pela criação do braço armado do cartel do Golfo. Autoridades mexicanas ofereciam recompensa de US$ 2 milhões por informações que levassem a Cárdenas Guillén quando ele foi capturado. Tinha alianças fortes com cartéis colombianos desde 1999, de onde recebia numerosos carregamentos de cocaína.

Ramon Arellano Félix

Ramon Arellano Félix liderava o cartel de Tijuana até ser assassinado em fevereiro de 2002, em um confronto com a polícia de Mazatlán, Sinaloa. Acredita-se que ele tinha ido até a cidade para executar Ismael Zambada García, líder do cartel de Sinaloa. Após sua morte, seis de seus irmãos tomaram o controle de Tijuana. Arellano Félix integrava a lista de mais procurados do FBI desde setembro de 1997. A organização chegou a ser considerada a mais poderosa do México durante os anos em que esteve sob seu comando, mas, após sua morte e a prisão de Efraín Pérez Pasuengo e Jorge Aureliano Félix, os números 1 e 2 do comando do cartel, a organização sofreu um duro golpe. Em 2006, Francisco Javier Arellano Félix, o "Gato-do-mato", apontado como o então líder do cartel, também acabou capturado.

Fonte: Redação Terra
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