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América Latina

Venezuela sugere que Departamento de Tesouro dos EUA protege narcotraficantes

15 fev 2017 - 19h17
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A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, sugeriu nesta quarta-feira que o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos protege narcotraficantes, dois dias depois de o órgão ter implementado sanções econômicas contra o vice-presidente do país, Tareck El Aissami, acusado pelos americanos de ter relações com o tráfico de drogas.

"A mensagem que o Departamento do Tesouro está enviando ao mundo é: se você combate o narcotráfico, se verá conosco. Praticamente, o que eles estão dizendo é: não se meta com nossos narcotraficantes", disse hoje a chanceler em entrevista coletiva em Caracas.

Rodríguez ressaltou que no período em que El Aissami foi ministro do Interior, entre 2008 e 2012, 102 chefes internacionais do tráfico foram capturados, 21 deles extraditados aos EUA. Por isso, a chefe da diplomacia da Venezuela considerou "terrível" que o Departamento do Tesouro "puna funcionários que combatam o narcotráfico".

A chanceler disse que as agências americanas estão ligadas com a produção de drogas no mundo inteiro e reiterou que o governo do presidente Nicolás Maduro entregou duas notas de protesto contra a sanção a El Aissami na embaixada dos EUA em Caracas.

"Esse escritório se comporta mais como uma maquinaria de guerra do que como uma embaixada diplomática. É lamentável que o encarregado de negócios (Lee McClenny) tenha um amplo repertório de ações intervencionistas de apoio direto aos fatores violentos no país", criticou Rodríguez.

"Exigimos respeito a Tareck El Aissami. É preciso recordá-lo (o encarregado de negócios) todos os dias que ele deve respeito ao presidente da República, ao vice-presidente, ao nosso povo", completou a chefe da diplomacia venezuelana.

Além disso, Rodríguez disse que desde que a Venezuela decidiu expulsar a Administração para o Controle de Drogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês) do país, os agentes locais passaram a ser mais efetivos no combate ao tráfico.

"Quando o DEA estava na Venezuela, a média anual de apreensão era de 34,94 toneladas por ano. Imediatamente depois da saída do DEA, justamente no período quando nosso vice-presidente estava à frente do Ministério do Interior, aumentamos para 46,68 toneladas. Os números não mentem", disse Rodríguez.

Por fim, a chanceler afirmou que há "fatores nacionais" pressionando para que o governo do novo presidente dos EUA, Donald Trump, crie uma inimizade em relação à Revolução Bolivariana.

O secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, explicou ontem que ordenou o congelamento de "dezenas de milhões de dólares" que o vice-presidente venezuelano tinha sob jurisdição americana.

"Com as sanções, enviamos uma mensagem clara ao povo da Venezuela que estamos do seu lado", disse Mcnuchin.EFE

EFE   
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