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Estados Unidos

Por que os EUA acusam o vice-presidente da Venezuela de narcotráfico?

14 fev 2017 - 14h33
(atualizado às 14h59)
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Tareck El Aissami é nomeado vice-presidente da Venezuela em janeiro deste ano.
Tareck El Aissami é nomeado vice-presidente da Venezuela em janeiro deste ano.
Foto: Reuters

O governo dos Estados Unidos colocou o vice-presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, em sua lista de pessoas ligadas ao tráfico internacional de drogas.

O Departamento do Tesouro dos EUA, disse considerar que Aissami "desempenha um papel importante" no tráfico de narcóticos da Venezuela para países como México e Estados Unidos.

John E. Smith, diretor interino do Escritório de Controle de Bens Estrangeiros (Ofac, sigla em inglês), ligado ao Departamento do Tesouro, disse que a inclusão dele na Lista de Narcotraficantes Especialmente Designados é resultado de uma investigação de anos - e negou que seria uma reação a sua nomeação ao cargo, há pouco mais de um mês.

El Aissami, de 42 anos, que foi governador do Estado de Aragua e ministro do Interior e da Justiça entre 2008 e 2012, negou qualquer envolvimento com grupos criminosos e classificou a ação americana de ser "sem fundamento e politicamente motivada".

El Aissami ganhou notoriedade em sua passagem pelo Ministério do Interior e da Justiça, entre 2008 e 2012.
El Aissami ganhou notoriedade em sua passagem pelo Ministério do Interior e da Justiça, entre 2008 e 2012.
Foto: Getty Images

O governo da Venezuela não se manifestou sobre o caso.

El Aissami, que é advogado e criminólogo de formação, foi homem de confiança de Hugo Chávez e era visto como um de seus possíveis sucessores na liderança do chavismo.

As acusações

O vice-presidente venezuelano teria facilitado o envio de grandes carregamentos de drogas através de voos e embarcações da Venezuela, além de fornecer proteção a outros traficantes.

"El Aissami recebeu dinheiro para facilitar o transporte de narcóticos do traficante venezuelano Walid Brenda Martins García", afirmou o escritório americano em comunicado.

Ele também estaria "vinculado à coordenação de envios de narcóticos ao violento cartel mexicano Los Zetas, assim como à proteção do traficante colombiano Daniel Barrera Barrera (conhecido como 'El Loco') e do traficante venezuelano Hermágoras González Polanco".

A Ofac afirma ainda que El Aissami controlava aeronaves que partiam de "uma base aérea" na Venezuela e rotas usadas para o tráfico a partir de portos do país.

"No exercício de suas funções anteriores, em várias ocasiões ele supervisionou envios de mais de uma tonelada de drogas da Venezuela, inclusive para destinos no México e Estados Unidos, ou era um dos donos desses carregamentos", disse a Ofac.

Ao entrar na lista de "narcotraficante especialmente designado", El Aissami terá seus bens nos Estados Unidos congelados e sua entrada será proibida no país.

Além disso, empresas e cidadãos americanos estarão proibidos de fazer negócios com ele ou suas empresas.

Testa de ferro

O governo americano também apontou para o que chamou de "testa de ferro" de El Aissami, o empresário venezuelano José López Bello, visto como principal operador da lavagem de dinheiro das atividades de tráfico, através de empresas em diferentes países.

O governo americano identificou um total de 13 empresas controladas por López Bello na Venezuela, Estados Unidos, Ilhas Virgens Britânicas, Panamá e Reino Unido.

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