Polícia chilena dispersa alunos que protestavam contra reforma na educação
A polícia do Chile dispersou nesta quinta-feira os estudantes de ensino médio que se reuniram no centro de Santiago para protestar contra a reforma educacional do governo de Michelle Bachelet.
"Temos uma reforma feita por políticos incompetentes, políticos corruptos que apenas encheram os bolsos e a carteira. As reformas não mudam a estrutura econômica nem as lógicas de mercado dentro da educação", afirmou Diego Arraño, porta-voz da Assembleia Coordenadora de Estudantes do Ensino Médio (ACES), que convocou o protesto.
Os jovens se reuniram nesta quinta-feira na Praça Itália, apesar de não contarem com a autorização do governo da capital para a manifestação.
"Hoje protestaremos com ou sem permissão", expressaram os estudantes. Na quarta-feira, outras organizações estudantis que participavam da convocação resolveram adiá-la para o dia 4 de agosto.
As mobilizações a favor de uma educação gratuita começaram há quase uma década e, segundo Arraño, só vão terminar quando forem definidas as bases de "uma nova educação pública".
A manifestação organizada nesta quinta-feira na capital gerou confrontos entre as forças de segurança e terminou com pessoas detidas.
A gratuidade no ensino superior foi uma das principais exigências dos estudantes, que desde 2011 foram às ruas para reivindicar o direito de estudar sem serem condicionados pela capacidade econômica.
A iniciativa foi incluída no programa eleitoral do segundo mandato de Bachelet, que estabeleceu que 70% dos estudantes mais pobres poderiam entrar para a universidade de forma gratuita. No entanto, após a brusca desaceleração econômica que atingiu o país em 2015, o governo cortou a cota de forma considerável.
Nos últimos meses, as constantes manifestações se somaram às ocupações de colégios e campus universitários, algumas iniciadas em abril e que mantiveram os portões das instituições de ensino fechados por três meses.