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América Latina

HRW considera "irresponsável" e "ditatorial" Venezuela armar milícia civil

18 abr 2017 - 17h56
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A organização Human Rights Watch (HRW) considerou nesta terça-feira "irresponsável" e "ditatorial" que o presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, tenha aprovado ontem a ampliação da Milícia Bolivariana para 500 mil civis armados.

"Isso está relacionado com os protestos pacíficos (convocados para esta quarta-feira pela oposição), (...) quando a obrigação das autoridades é facilitar a dissidência e garantir a segurança dos que vão se pronunciar", disse nesta terça José Miguel Vivanco, diretor para a América da HRW, em entrevista coletiva em Washington.

"Mas isso não é possível na Venezuela, porque é uma tirania, não uma democracia. O governo, ao invés de facilitar, convoca uma manifestação paralela, o que é extraordinariamente irresponsável do ponto de vista da segurança", acrescentou, após apresentar um relatório sobre o êxodo de venezuelanos ao Brasil pela "crise humanitária".

A Milícia Bolivariana é um corpo de milícias integrado por civis criado pelo ex-presidente Hugo Chávez em 2009 para servir como complemento à Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).

Vivanco denunciou, além disso, que as autoridades da Venezuela "armam a gangues de delinquentes que já têm armas, os conhecidos coletivos, que operam com licença para portar armas e disparar e deter qualquer pessoa, o que é próprio de um regime ditatorial e não de um sistema democrático".

"Isto é a quebra mais absoluta de um Estado de direito, não conhecemos um exemplo similar na América Latina, onde o governo arma a milícias urbanas que operam com total impunidade e têm licença para atirar", acrescentou.

Maduro anunciou ontem que aprovou um plano para aumentar para 500 mil os membros da Milícia Bolivariana que, armados com fuzis, se desdobrarão em todas as regiões para a defesa do país.

"Um fuzil para cada miliciano", disse o chefe de Estado em transmissão obrigatória de rádio e televisão.

Para esta quarta-feira, a oposição convocou protestos contra Maduro em todo o país, coincidindo com a comemoração do início da luta pela independência de Venezuela, em 19 de abril de 1810.

O governo de Maduro, como vem fazendo nas últimas três semanas de protestos opositores, convocou manifestações paralelas do chavismo também para amanhã.

EFE   
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