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América Latina

Ex-prefeito opositor venezuelano Daniel Ceballos é preso

27 ago 2016 - 13h33
(atualizado às 14h47)
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Nas primeiras horas da madrugada deste sábado foi preso novamente o ex-prefeito opositor venezuelano Daniel Ceballos, que já havia sido detido em 2014 pelos protestos antigovernamentais de então e se encontrava sob prisão domiciliar desde agosto do ano passado por motivos de saúde.

"A esta hora, 3h15, um grupo do Sebin acaba de levar meu marido da residência onde cumpre prisão domiciliar (...) O Sebin mostrou documento de transferência para a prisão 26 de Julio em San Juan de los Morros assinada pela juíza Yosmar González", informou pelo Twitter a esposa de Ceballos, Patricia Gutiérrez.

Gutiérrez, que é a atual prefeita da cidade de San Cristóbal no estado Táchira (oeste), explicou que os funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) tiraram a seu marido de sua residência em Caracas com "a desculpa de uma visita médica".

A prefeita afirmou também que o ex-prefeito foi transferido em uma ambulância, e postou no Twitter uma fotografia da ordem de encarceramento apresentada pelos policiais onde se indica que o opositor seria preso novamente em uma prisão do estado de Guárico.

O advogado de Ceballos, Juan Carlos Gutiérrez, rejeitou a medida e assegurou que a prisão domiciliar não podia ser revogada nem modificada em prejuízo de seu cliente por não existir risco de fuga.

"A transferência de Daniel Ceballos a uma prisão constitui um elo mais na cadeia de violações de direitos humanos contra prisioneiros de consciência", acrescentou o advogado também pelo Twitter.

Esta detenção foi criticada pela maioria dos dirigentes opositores do país sul-americano através das redes sociais onde se transformou no tema mais comentado do dia.

"Ceballos não tem medo, medo tem quem ordena (sua prisão), revoguemos os delinquentes que governam", criticou no Twitter o duas vezes candidato presidencial Henrique Capriles.

Ceballos foi detido em março de 2014 e condenado a 12 meses de prisão por desacato a uma medida cautelar do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).

Segundo o TSJ, o então prefeito não acatou uma sentença que lhe obrigava a impedir a instalação das barricadas que grupos que protestavam durante o primeiro semestre desse ano contra as políticas governamentais colocaram no município.

Após cumprir essa condenação, o TSJ informou que o funcionário continuaria preso por outra causa judicial, dessa vez formação de quadrilha, relacionada também com esses protestos e que deixaram, segundo números oficiais, 43 mortos e centenas de feridos e detidos entre governistas, opositores e pessoas sem filiação política aparente.

EFE   
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