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América Latina

Com "última marcha", Farc dão adeus à guerra na Colômbia

Mais de quatro mil guerrilheiros vão para as áreas de transição

31 jan 2017 - 19h39
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Foto: EFE

O grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) começou sua última caminhada armada na Colômbia após o acordo de paz assinado com o governo de seu país.

Mais de 4,3 mil guerrilheiros se puseram em marcha desde ontem (30) e chegaram nesta terça-feira (31) nos 26 acampamentos de paz montados em parceria com o governo e as forças policiais. Outros dois mil devem chegar nas 26 áreas de transição até a quinta-feira (2).

"O que está acontecendo é a coisa mais extraordinária. É o processo de paz em marcha", disse hoje Sergio Jaramillo, o alto comissário para a paz, durante a apresentação do plano com tudo que será necessário para que os combatentes deixem as armas e tenham uma nova vida longe da guerra.

"É uma enorme operação para que as Farc entrem nessas zonas, isso não é fácil, mas tudo está saindo muito bem. É uma verdadeira mudança e o mais importante é que todo movimento está em marcha e não tivemos nenhum incidente gravem, nem tivemos nem um caso sequer de um membro da Farc que não quis mudar", acrescentou Jaramillo.

De acordo com o gerente das zonas transitórias de normalização (ZVTN), Carlos Córdoba, foi necessária uma ampla operação logística para levar os traslados até o fim. Para as 36 operações que levaram até os 26 acampamentos, foram contratadas 450 camionetes com tração 4x4, 200 jipes, 120 caminhões, 30 'volquetas' (um tipo de caminhão de carga), 100 ônibus, 60 'chivas' ou carros de uso rural, 80 lanchas e 10 tratores - além de 35 mulas.

Foto: EFE

Além disso, foram distribuídos 20 mil unidades de comida (como barras de cereais, pães, lanches, entre outros) desde o início dos traslados. A mudança para as áreas incluem apetrechos militares, objetos e itens de uso pessoal de cada um dos rebeldes, além dos cuidados extras com as mulheres grávidas e os doentes.

Durante todo o percurso, as caravanas são escoltadas por militares e policiais e sob a vigilância de membros do governo, observadores das Nações Unidas e da própria Farc.

Segundo os termos do acordo de paz entre governo e Farc, o dia 31 de janeiro era a data limite para que os guerrilheiros fossem para as zonas de concentração. A partir de agora, eles têm 180 dias para entregar suas armas e para preparar-se para a vida "civil". No entanto, Jaramillo explicou que por causa das variações climáticas, o estado de algumas estradas e atrasos de última hora, cerca de dois mil rebeldes estão se mobilizando e demorarão um pouco mais para chegar.

As 26 ZVTN estão espalhadas por 14 departamentos, sendo que alguns já fizeram adequações para que os rebeldes se instalarem rapidamente, mas outras são apenas terrenos onde os novos moradores terão que construir suas casas. O material para construção será subsidiado pelo governo.

FARC declara suas armas à ONU:
Fonte: ANSA
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