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Alvo de ataque, boate é atração 'essencial' de Istambul e conhecida por glamour e clientes famosos

1 jan 2017 - 13h57
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Boate é famosa por seu ambiente glamouroso com vista para o Bósforo
Boate é famosa por seu ambiente glamouroso com vista para o Bósforo
Foto: Flickr: Aylamillerntor (Creative Commons) / BBC News Brasil

Alvo de um ataque na madrugada deste domingo, a boate e restaurante Reina é considerada uma atração "essencial" de qualquer roteiro turístico em Istambul.

Ali, os visitantes costumam apreciar a vista do Bósforo, estreito que divide a Ásia e a Europa na Turquia, com um drink na mão, enquanto se divertem nesse local conhecido por ter entre seus frequentadores atletas, cantores e atores famosos.

A casa noturna fica na margem europeia, no bairro de Ortakoy, uma região muito apreciada por visitantes e que tem seus limites marcados por uma mesquita, uma igreja e uma sinagoga, reflexo da liberdade religiosa e do mosaico cultural que formam o país.

Dos 39 mortos confirmados até agora, ao menos 15 eram estrangeiros, um sinal da popularidade internacional da boate.

"É um lugar que você tem que ir quando está em Istambul", diz um turista indiano em uma página na internet.

"Nunca fiquei desapontado com a música ali, talvez porque não há o que reclamar quando você dança a noite toda diante de uma vista de tirar o fôlego.

Outro turista, do Reino Unido, a descreve como um paraíso: "Você pode simplesmente sentar ali e observar todas as belas pessoas da cidade".

Após um ano turbulento na Turquia, marcado por uma tentativa de golpe e vários ataques extremistas, os glamourosos frequentadores do Reina esperavam que o início de 2017 trouxesse boas novas para o país.

Em vez disso, nas primeiras horas do ano, eles estavam pulando no Bósforo para fugir de um atirador que tentava matá-los.

Alguns compararam este ataque ao ocorrido na casa de shows Bataclan, em Paris, em novembro de 2015, onde 90 pessoas foram mortas durante um show de uma banda de rock americana.

A Reina é um local mais exclusivo, onde os clientes chegam em seus barcos e entram pelo terraço à beira mar.

Mas, assim como na França, em que o grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria, o alvo eram jovens que estavam se divertindo.

Apesar de nenhuma organização ter se declarado responsável por este atentado, há alguns dias um grupo que apóia o EI convocou ataques a "celebrações, reuniões e boates" na Europa durante as festas de fim de ano.

A casa noturna estaria ciente de que poderia ser um alvo. O jornal The Hurriyet publicou uma declaração de seu dono, Mehmet Kocarslan, em que ele dizia que a segurança havia sido reforçada depois de serviços de inteligência americanos alertarem sobre um possível ataque.

Há menos de um mês, a página da Reina no Facebook publicou uma foto em preto e branco do estádio onde ao menos 44 pessoas foram mortas por duas explosões em 10 de dezembro - a autoria foi assumida por militantes curdos.

"Que nossa nação fique segura #Nóscondemosoterrorismo", diz o post.

O estádio fica a apenas alguns quilômetros de distância do Reina. Agora, o terror também bateu na sua porta.

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