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África

Informação da CIA levou à prisão de Mandela, diz jornal

15 mai 2016 - 13h45
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A prisão de Nelson Mandela em 1962 foi resultado de uma denúncia de um agente da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, informou neste domingo uma reportagem do jornal britânico Sunday Times.

Ex-presidente sul-africano permaneceu 27 anos preso por combater minoria branca que governava país; revelação foi baseada em entrevista com ex-agente.
Ex-presidente sul-africano permaneceu 27 anos preso por combater minoria branca que governava país; revelação foi baseada em entrevista com ex-agente.
Foto: BBC News Brasil

As revelações são baseadas em uma entrevista realizada com o ex-agente da CIA Donald Rickard pouco antes de ele morrer, no início deste ano.

Mandela cumpriu 27 anos de prisão por combater a minoria branca que governava o país antes de ser solto, em 1990.

Na sequência, ele foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul.

A entrevista sugere que as suspeitas de que Mandela estava sendo monitorado pela CIA são verdadeiras, diz Karen Allen, correspondente da BBC em Joanesburgo.

As revelações devem aumentar a pressão para que a agência de inteligência americana divulgue documentos sobre seu envolvimento na prisão de Mandela e seu apoio ao governo do apartheid.

Rickard, que morreu no início deste ano, nunca foi formalmente associado à agência de inteligência americana, mas trabalhou como diplomata na África do Sul antes de se aposentar no final da década de 70.

A entrevista foi realizada pelo diretor britânico John Irvin, que fez um filme sobre a curta atuação de Mandela como guerrilheiro, disse o Sunday Times.

O futuro presidente sul-africano liderou o movimento de resistência armada do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), à época proibido, e era um dos homens mais procurados da África do Sul quando foi preso.

Mandela era considerado um "comunista perigoso" e uma "ameaça ao Ocidente", apesar de sempre ter negado ser membro do Partido Comunista.

Ele foi preso quando seu carro foi parado em uma blitz da polícia na cidade de Durban, no leste do país, em 1962.

Presidente da África do Sul de 1994 a 1999, Mandela permaneceu na lista de terroristas dos Estados Unidos até 2008.

Durante esse tempo, ele e outros ex-líderes do ANC só puderam visitar o país com uma permissão especial concedida pela Secretaria de Estado americana, uma vez que o partido havia sido designado como uma organização terrorista pelo ex-governo do apartheid.

O ANC havia sido incluído originalmente na lista pelo presidente americano Ronald Reagan (1981-1989) nos anos 80.

Mandela morreu em dezembro de 2013, aos 95 anos, na África do Sul.

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