O desafio de projetar no continente gelado

Apenas quatro meses do ano podem ser aproveitados, já que, no inverno, o mar congela e impede a circulação dos navios. Mesmo no verão, o ambiente não se torna hospitaleiro. Com área equivalente à soma dos territórios de Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Peru e Bolívia, a Antártida é recoberta pelo maior manto de gelo do mundo, uma capa de espessura de 2,7 mil metros - o que corresponde a 70% da água doce de todo o planeta. O mais frio dos continentes tem temperatura mínima de 75°C negativos no inverno e fenômenos como nuvens rotoras, ventos catabáticos, céu d'água e blanqueios.

Assim, o fator climático foi determinante para o projeto da nova estação. Conforme João Gabriel Cordeiro, um dos responsáveis por sua elaboração, ao lado dos também arquitetos Fábio Faria, Emerson Vidigal e Eron Costin, a proposta parte de uma lógica construtiva que utiliza o máximo de elementos pré-fabricados, devido às condições extremas da região.

“Isso deu muita força à proposta frente à comissão julgadora, uma vez que a lógica de implantação, somada à racionalidade construtiva, deu grande flexibilidade”, explica Cordeiro.

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