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Greca e Leprevost desconversam sobre alianças no 2° turno

Candidatos derrotados em Curitiba também não adiantaram quem irão apoiar

3 out 2016 - 07h27
(atualizado às 07h50)
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O ex-ministro do Turismo Rafael Greca (PMN) e o deputado estadual Ney Leprevost (PSD), que disputam o segundo turno em Curitiba
O ex-ministro do Turismo Rafael Greca (PMN) e o deputado estadual Ney Leprevost (PSD), que disputam o segundo turno em Curitiba
Foto: Rodrigo Félix Leal/Futura Press

O ex-ministro do Turismo Rafael Greca (PMN) e o deputado estadual Ney Leprevost (PSD), que disputam o segundo turno em Curitiba, preferiram enaltecer o resultado das urnas em suas primeiras entrevistas após a divulgação do resultado. Ambos ainda desconversam sobre as alianças que devem ser formadas nos próximos dias. O político do PMN recebeu 356.539 votos (38,38%), contra 219.727 (23,66%) do parlamentar. O atual prefeito, Gustavo Fruet (PDT), que aparecia em segundo lugar em todas as pesquisas, ficou de fora, com 186.067 (20,03%). O pedetista também não se posicionou, garantindo apenas que a transição será tranquila.

Greca já conta com o apoio do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), enquanto Leprevost tem como principal cabo eleitoral Ratinho Jr. (PSC), que é secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano, também na gestão tucana. “Estou muito satisfeito com o meu desempenho, em ter recebido quase 40% dos votos dos curitibanos. É uma grande alegria. Vou me dedicar com ainda mais afinco a partir de agora”, afirmou o ex-ministro. Prefeito entre 1993 e 1997, ele chegou à sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na noite de ontem sob gritos de “volta, Greca”, “volta, Curitiba”.

“Não me cabe escolher adversário. Quem escolhe é o povo. Minha proposta é defender Curitiba e colocar meu conhecimento de engenheiro e urbanista para ouvir a população. Quero contar com quadros técnicos em todas as áreas”, acrescentou, sobre o duelo com o deputado e um eventual mandato. Além do PMN e do PSDB, sua coligação, “Curitiba Inovação e Amor”, conta com PSB, DEM, PTN, PSDC e PT do B.

O candidato comemorou o que chamou de “ausência da máquina pública” daqui por diante. “Pelo menos ninguém vai acionar a Guarda Municipal para ir até a minha casa”, alfinetou, em referência ao episódio envolvendo o sumiço de 12 obras de arte originalmente pertencentes a um museu municipal, a Casa Klemtz. A Fundação Cultural de Curitiba (FCC), subordinada à prefeitura, suspeita de que parte desse acervo esteja numa chácara do político, o que ele nega. Em setembro, dois guardas foram detidos pela Polícia Civil no local. Eles relataram que estavam realizando uma investigação na propriedade.

“Não estamos tratando no momento nem de estratégia política, nem de diálogo com os demais partidos. O que quero é convidar as pessoas não só que votaram no Fruet, mas nos candidatos dos outros partidos, que juntem-se a nós e sintam-se acolhidas na nossa corrente do bem”, disse Leprevost. “Não há mágoa nenhuma no meu coração em relação aos que disputaram comigo o primeiro turno”, completou. O parlamentar elogiou ainda a participação de Ratinho na campanha. O vice na chapa, o médico João Guilherme Moraes (PSC), foi indicado pelo secretário. “[Tem] um peso muito importante. É um excelente apoio e sem dúvida ajudou bastante”.

Também fazem parte da coligação “Corrente do Bem”: PEN, PPL, PTC, PSL e PCdoB. Sobre os dados do Ibope, que sequer chegaram a colocá-lo na segunda colocação, Leprevost falou que, de fato, sentiu um crescimento por parte do eleitorado nos últimos dias. “Mas acredito que já estávamos bem anteriormente (…) As pessoas compreenderam que nossas propostas são excelentes para a cidade e o eleitor também faz uma análise do caráter de cada candidato e da postura com que o candidato conduz a sua campanha, respeitando o adversário. Não quero o poder a qualquer preço. Não vendi a minha alma para ser prefeito, nem para chegar ao segundo turno”.

Prefeito fora da disputa

De fora do segundo turno, Fruet adotou um discurso conciliador ao comentar o resultado das urnas. "Primeiro: uma palavra de agradecimento a todas as pessoas que confiaram, ajudaram, mesmo num momento que foi desafiador para a gestão pública. Segundo: boa sorte aos candidatos. E terceiro: vou concluir o meu mandato com altivez, com alegria, com entusiasmo e garantir a mais tranquila transição possível para o próximo período de gestão", afirmou.

O pedetista contou que ainda pretende avaliar internamente a derrota, bem como absorver as ofensas e as críticas. "Isso também é sinal de amadurecimento. Senão a gente não evolui", ponderou. "Mas o pior era não ter disputado a eleição. O grande desafio foi defender o legado. Sei do momento desafiador. Eu queria ser prefeito numa situação muito mais confortável, mas recebi isso como uma missão, e entendo que procurei cumpri-la com toda a responsabilidade e entusiasmo. Esse mesmo entusiasmo quero manter até o último dia, até porque fui eleito para um mandato de quatro anos".

Para ele, um eventual apoio a Greca ou Leprevost não é assunto a ser decidido agora. "A minha preocupação desde já é reafirmar o agradecimento à população que confiou, o gesto de carinho e a compreensão nesse momento tão desafiador não só na campanha, mas durante todos esses anos".

Derrotados

Quarta colocada, com 52.576 votos (5,66%), Maria Victoria (PP), informou que se reunirá nos próximos dias para avaliar que caminho seguir. Já o quinto na disputa, Requião Filho (PMDB), com 52.017 votos (5,60%), gravou um vídeo dando a entender que se manterá neutro. "O trabalho continua. Na Assembleia [Legislativa do Paraná], oposição ao Beto Richa. E no segundo turno, oposição aos candidatos do Beto Richa".

Tadeu Veneri (PT), que recebeu 38.758 votos (4,28%), ficando na sexta posição, emitiu uma nota adiantando que nenhum dos candidatos votados para permanecer na corrida à prefeitura se alinha com as ideias e propostas de sua chapa. "Mas aguardaremos o posicionamento oficial do Partido dos Trabalhadores, que deverá ser conhecido nos próximos dias". Participaram do pleito na capital paranaense, ainda, Ademar Pereira (Pros), que teve 11.489 votos (1,24%), e Xênia Mello (PSOL), com 10.683 (1,15%). 

Fonte: Especial para Terra
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