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Dilma diz que divulgação de depoimentos é "estarrecedora"

10 out 2014 - 17h59
(atualizado às 20h55)
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A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) disse nesta sexta-feira, em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, achar "estarrecedor" que o depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e do doleiro Alberto Youssef à Justiça Federal do Paraná, parte da Operação Lava Jato, sejam divulgados em época de eleição e apesar de, segundo ela, as investigações estarem em segredo de Justiça. "Acho muito estranho e estarrecedor que no meio de uma campanha eleitoral façam esse tipo de divulgação".

<p>Dilma Rousseff criticou o que seria um vazamento seletivo de depoimentos</p>
Dilma Rousseff criticou o que seria um vazamento seletivo de depoimentos
Foto: Divulgação

"Sei, por informação tanto do Ministério Público quanto do STF (Superior Tribunal Federal), que essas informações ainda estão sob sigilo", disse a candidata. "Não acredito que a legislação no Brasil possa ser aplicada ao sabor das circunstâncias". Em sua fala, criticou ainda o que seria um vazamento seletivo de informações. "O que acho muito questionável é se apresentar parte das provas, parte dos depoimentos".

Na última quinta-feira, os áudios dos depoimentos de Paulo Roberto e Youssef foram divulgados pela Justiça Federal do Paraná. Por meio de nota, o Tribunal Federal do Paraná informou que as "referidas ações penais não tramitam em segredo de justiça". Afirmou ainda que "os interrogatórios foram realizados em audiência pública, acessível a qualquer pessoa. Além disso, as declarações foram imediatamente inseridas no processo que tramita eletronicamente, cujos atos estão disponíveis na internet. Permanecem sob sigilo os termos da delação premiada, que não se confundem com as declarações prestadas ou a serem ainda prestadas na ação penal, que é pública".

A candidata afirmou que combate a corrupção e dá liberdade para o Ministério Público e a Polícia Federal (PF) investigarem, e disse que em governo anteriores isso não ocorria. "A PF foi aparelhada sim (em outros governos). Foi dirigida durante algum tempo, vocês sabem perfeitamente bem, por pessoas que tinham inclusive filiação no PSDB (referência ao ex-diretor-geral da PF Agílio Monteiro)".

Ela citou a fala de Paulo Roberto, em que ele relata que nos governos de "José Sarney, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Fernando Collor, as indicações para o cargo (das diretorias da Petrobras) também eram feitas com base em interesses políticos".

A Justiça também foi criticada pela presidente, ao dizer que não basta apenas investigar se os réus não são condenados. "O que compromete o combate à corrupção é a impunidade. É investigar e não conseguir condenar. É investigar e ter uma discussão quanto as provas. Nós temos de condenar, temos de punir".

Por fim, afirmou que a reforma política, com mudança no financiamento de campanhas, é essencial para o combate à corrupção. "A discussão sobre as contribuições privadas das campanhas necessitam de uma avaliação muito concreta de cada um dos brasileiros e brasileiras. Uma parte dos delitos e da corrupção tem a ver com processos como por exemplo esse de financiamento privado de campanhas eleitorais".

Lava Jato

Deflagrada no dia 17 de março, a operação da PF descobriu esquema criminoso de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos, que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. O esquema, segundo a PF, era comandado pelo doleiro Alberto Youssef.

Fonte: Terra
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