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Ceará determina apuração de agressão à família de ex-senador

3 out 2016 - 17h17
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O governo do Ceará determinou hoje (3) que a Controladoria-Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD) apure os fatos relacionados à agressão de policiais militares contra o ex-senador e secretário da Ciência e Tecnologia do estado, Inácio Arruda, e sua filha e esposa, ocorrido ontem (2), em Fortaleza.

"O governo do Ceará informa que repudia qualquer tipo de ação ilegal ou truculenta por parte dos seus agentes de segurança. O compromisso da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado, bem como da sua vinculada Polícia Militar do Ceará, instituição respeitada e de relevantes serviços prestados ao povo cearense, é prover proteção e conforto para o exercício da liberdade", diz comunicado divulgado pela Casa Civil do governo cearense.

Ex-senador Inácio Arruda concedeu entrevista coletiva no saguão da sede da Polícia Federal no Ceará
Ex-senador Inácio Arruda concedeu entrevista coletiva no saguão da sede da Polícia Federal no Ceará
Foto: Agência Brasil

Por volta das 16h30 de ontem (20, a filha do ex-senador, Nara Arruda, estava com mais quatro pessoas (dois homens e duas mulheres) em frente o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), no bairro Benfica, quando foram abordados por policiais que averiguavam um possível crime de boca de urna envolvendo o grupo.

Nara, que faz parte da União da Juventude Socialista (UJS), negou-se a entregar sua bolsa aos policiais alegando que a denúncia não dizia respeito ao grupo.

Segundo Willamy Macedo, que estava com Nara durante a abordagem policial, os agentes teriam dito que a denúncia era de que cinco mulheres estavam fazendo boca de urna próximo ao IFCE, que é um local de votação.

Vídeo

A confusão teve início quando um dos policiais tentou tomar a bolsa de Nara à força. Nesse momento, Inácio Arruda e sua esposa, a médica Terezinha Braga, já haviam chegado ao local. Um vídeo publicado na página do Facebook do deputado federal Chico Lopes (PcdoB-CE) mostra os três abraçados quando policias puxaram Nara, deram uma "gravata" em Inácio Arruda e empurraram Terezinha. As duas mulheres que estavam com a filha do secretário - Germana Amaral, dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Ceará; e Andrea Oliveira, da direção estadual do PCdoB - também ficaram feridas.

A Polícia Militar levou todos os envolvidos para a Superintendência Regional da Polícia Federal, onde prestaram depoimento. O vice-presidente estadual do PCdoB, Benedito Bizerril, disse que os procedimentos duraram a noite toda e, em seguida, os envolvidos foram encaminhados à Perícia Forense do Ceará para realizar exame de corpo de delito. Bizerril espera que o caso seja remetido à Justiça Eleitoral, onde também será apresentada a denúncia de agressão.

A direção do PCdoB no Ceará divulgou nota de repúdio pelas agressões. "Não é um fato isolado e se insere num projeto maior das forças de inspiração fascista que se utilizam de setores do aparato policial militar, sob sua influência, visando intimidar os que não concordam e se opõem ao projeto autoritário, inclusive no período eleitoral, com o objetivo claro de beneficiar determinados candidatos, identificados com essas posturas", disse o partido.

Pelo Facebook, Nara agradeceu hoje o apoio e a solidariedade de amigos. "Tenho muita tranquilidade quanto aos meus atos cidadãos, honestos e dignos, que sempre mantenho desde que me entendo por gente. É assim que fazemos política na minha família e no meu partido", escreveu.

Agência Brasil Agência Brasil
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