Você Sabia: Quem são os maiores detetives da literatura internacional? Cartola - Agência de Conteúdo Das figuras mais reclusas e adeptas da intuição aos anti-heróis que resolvem crimes no submundo norte-americano, os detetives estão entre os personagens mais marcantes da literatura. O pai de todos eles é o recatado e cerebral Auguste Dupin, que na metade do século XIX apareceu em três histórias do americano Edgar Allan Poe. A escola clássica de detetives ganha força, entretanto, com Sherlock Holmes em 1887. Carismático, apesar de orgulhoso e um pouco arrogante, o personagem de Sir Arthur Conan Doyle aposta na lógica dedutiva e no seu amplo conhecimento para resolver mistérios. Ainda que o mais célebre de todos, o detetive britânico não é exatamente original, mas visivelmente influenciado por Dupin, afirma Ivan Pinheiro Machado, editor da L&PM Editores, com 142 títulos catalogados no segmento, além de 46 e-books. Criações da inglesa Agatha Christie, o vaidoso Hercule Poirot e a simpática Miss Marple, somados, já apareceram em mais de 100 histórias desde a década de 1920. Poirot, aliás, deve voltar à ativa em romance de Sophie Hannah. A previsão é de que em setembro de 2014 a escritora ressuscite o detetive, 38 anos depois de sua última aparição. Agatha Christie já vendeu mais de 2 bilhões de livros, estando atrás apenas de Shakespeare e da Bíblia - somente O Caso dos Dez Negrinhos, com Poirot, vendeu mais de 100 milhões de cópias. A figura mais excêntrica dessa primeira leva de investigadores é certamente o Padre Brown. Inspirado em um sacerdote real, Brown está presente em mais de 50 livros do britânico G. K. Chesterton. Outras fontes consultadas: Site www.grandesdetetives.com, de autoria de Ana Paula Laux, jornalista, pesquisadora e autora do projeto Almanaque dos Grandes Detetives Especial para o Terra Anti-heróis e durões Uma segunda vertente de detetives pode ser percebida na literatura dos Estados Unidos, com personagens muito mais complexos. O músico e autor de romances policiais Tony Bellotto vê Philip Marlowe como o grande detetive da literatura moderna. O personagem criado por Raymond Chandler em 1939 é, ao lado de Sam Spade, de Dashiell Hammett, um importante representante da literatura noir. “Dashiel e Raymond abandonam a ideia do detetive como um cara excepcionalmente inteligente, cerebral - o desvendamento do crime não é mais um jogo cerebral. E o Sam Spade e o Marlowe têm uma moral própria, desconfiam de todos. São detetives muito mais humanos”, diz Bellotto. A dupla Ed Caixão e Jones Coveiro, criados posteriormente por Chester Himes, são outros que transitaram no submundo norte-americano, e entraram para a história da literatura policial por serem detetives negros. Apesar de pertencer à escola europeia, o Comissário Jules Maigret - protagonista de 75 histórias de Georges Simenon - também se caracteriza por ter um lado mais humano. Ainda assim, é grande adepto da intuição para buscar a solução quando menos se espera. O reflexo da escola norte-americana chega também a obras europeias mais recentes, como a do italiano Andrea Camilleri, que em 1994 criou o Inspetor Salvo Montalbano. Para Pinheiro Machado, a passagem do detetive romântico para o americano é um avanço: “o romance policial deixa de ser um gênero e passa a ser a grande literatura”, afirma. As duas escolas são diametralmente opostas para o editor. Os detetives dos Estados Unidos surgem durante a grande depressão no país e junto à explosão do cinema hollywoodiano. Sendo assim, os romances herdam características deste período e se aprofundam no debate de questões sociais, traçando personagens com conflitos psicológicos mais interessantes. Hoje, a escola americana predomina neste tipo de literatura. Os detetives durões seguem sendo referência, mas o cenário atual não é tão original, acredita Pinheiro Machado. “Os detetives modernos são bons, misturam o herói com o anti-herói. Mas são bons porque imitam Dashiell Hammitt”, diz. No infográfico, saiba mais sobre as habilidades dos grandes detetives da literatura internacional mais especiais de educação