SC: professores tentam invadir plenário da Assembleia Legislativa
- Fabrício Escandiuzzi
- Direto de Florianópolis
Professores grevistas tentaram invadir o plenário durante sessão da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, em Florianópolis, na tarde desta quarta-feira. Houve tumulto e a Polícia Militar (PM) precisou conter os manifestantes, que estão em greve há 57 dias. Segundo a PM, 1,5 mil professores participaram do ato.
Com as caras pintadas e munidos de cartazes, alguns professores choraram durante reunião dos deputados para avaliar um projeto enviado pelo governo de Santa Catarina. A matéria eleva o salário ao piso nacional da categoria, mas "achata" os benefícios conquistado pelos docentes ao longo da carreira.
A tentativa de invasão ocorreu depois que os parlamentares decidiram dar prosseguimento ao projeto. Durante o protesto, as proteções de vidro do plenário chegaram a ser chutadas e esmurradas, e os policiais precisaram conter os manifestantes. Uma professora passou mal e foi atendida por uma equipe de resgate do Corpo de Bombeiros.
Após a situação ser controlada, a Assembleia aprovou o projeto. Depois de quase cinco horas de trabalhos, 28 deputados votaram com o governo e oito rejeitaram a proposta. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC) informou, por intermédio de seu site, que a orientação é de "fortalecimento da greve". Reuniões regionais da classe devem ser realizadas no decorrer da semana para definir a situação.
Corte nos salários
Na segunda-feira, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina derrubou a liminar que impedia o governo do Estado de cortar os dias parados do salário dos professores. A decisão do desembargador Rodolfo Tripadalli permite que 50 dias sejam descontados dos vencimentos.
Perto de completar dois meses, a greve deixou paralisadas praticamente todas as escolas da região metropolitana de Florianópolis. Em todo o Estado, a estimativa do Sindicato dos Trabalhadores de Educação é a de que pelo menos 80% das escolas funcionem parcialmente ou estejam fechadas. Em alguns locais, como Itajaí, foram contratatos professores substitutos em caráter emergencial.