Quantos milagres são necessários para que alguém se tornar um santo?

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Recentemente, o Vaticano confirmou que João Paulo II e João XXIII serão santificados. O primeiro tem dois milagres verificados pela Igreja Católica. O segundo, apenas um. Então, qual é o critério para que alguém se torne um santo? A decisão do Papa Francisco é decorrente de dois processos diferentes. De acordo com a tradição eclesiástica, ganha o título de beato aquele que realiza um milagre e de santo aquele que realiza dois milagres. No caso de João Paulo II, papa entre 1978 e 2005, houve a comprovação, pela Igreja Católica, de dois milagres. No caso de João XXIII, papa entre 1958 e 1963, porém, não há milagres verificados após sua beatificação - apenas o voto favorável de Francisco. Embora seja incomum a santificação sem um segundo milagre, o vaticano explica que essa é uma prerrogativa do Supremo Pontífice. "Todos conhecemos as virtudes e a personalidade do Papa Roncalli (João XXIII), e não é necessário explicar as razões pelas quais alcança a glória dos altares", afirma Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano. Entre as ações de Angelo Giuseppe Roncalli, está a convocação do Concílio Vaticano II, considerado uma reforma da Igreja, que então substituiu o latim pelas línguas nacionais nas liturgias. Já a canonização de João Paulo II segue os preceitos tradicionais da Igreja. O segundo e recente milagre de Karol Wojtyla se refere a uma costa-riquenha cujo aneurisma cerebral desapareceu por completo dias após sua internação em um hospital local. O fato foi atribuído a preces feitas por ela e direcionadas ao falecido papa, na data em que ele era beatificado pelo primeiro milagre: a cura da freira francesa Marie Simon-Pierre, sem explicação aparente, do mal de Parkinson, em 2005. Até que um milagre seja “comprovado”, há um longo caminho. Ao todo, mais de 200 milagres são atribuídos a João Paulo II. Mas todos eles precisam passar por uma investigação completa, que obedece a diversos critérios. Segundo o doutor em Direito Canônico Edson Luiz Sampel, o processo inicia-se no respectivo tribunal eclesiástico da diocese que reivindica o feito. Depois a tramitação se volta a Roma, onde a averiguação do milagre pode culminar na beatificação ou canonização, conforme o caso. Trata-se de um exame minucioso, cujas regras foram modificadas ao longo do tempo. Especial para o Terra