A investigação

A ciência forense ainda engatinhava na época. Entre as limitações mais óbvias estavam a falta de exames de DNA, impressões digitais e fotografias das cenas dos crimes. Além dessas restrições, a investigação convivia com suposições inusitadas para os dias atuais. Uma das vítimas, por exemplo, teve seus olhos fotografados para que se pudesse descobrir as últimas cenas vistas por ela - como o rosto do assassino.

Para dificultar o trabalho da polícias, as mortes ocorreram em territórios de duas forças policiais diferentes: a City of London Police e a Metropolitan Police. Rumbelow sugere em seu livro que o assassino possa ter premeditado essa logística para atrapalhar os investigadores.

De acordo com a Marriott, outro fator, até então inédito, dificultou ainda mais a condução das investigações: a imprensa. Com custo reduzido pela produção em massa e então recentes facilidades de impressão, os tabloides encontravam-se em ascensão na época. Cartas falsificadas enviadas à polícia, manchetes sensacionalistas, informações deturbadas e subornos a agentes estão entre as ações dos jornalistas naquele período. A falsificação de fatos se tornou prática comum no decorrer daqueles meses, a fim de aumentar a circulação e não deixar a história morrer antes da próxima vítima do serial killer.

Foto: Getty Images