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Enem 2013: radicalismo ou preconceito podem zerar a redação

A redação do Enem requer atenção para valores ligados aos direitos humanos

16 jul 2013 - 10h43
(atualizado às 10h55)
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Não é só de regras gramaticais e ortográficas que se faz uma boa redação, principalmente no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova, que apresenta temas de abrangência nacional, requer dos candidatos atenção não somente para assuntos relevantes e de interesse público, mas também para valores ligados aos direitos humanos. 

O desrespeito aos direitos fundamentais está entre as cinco razões para ter a redação do Enem zerada. Por isso, é importante que o candidato valorize princípios de cidadania, igualdade, liberdade e diversidade, assuntos sempre presentes nos temas propostos. "O Enem é uma prova que exige dos alunos uma visão mais progressista e humana", afirma o professor de literatura e redação Daniel Welber, do Cursinho Henfil.

No ano passado, mais de 4 milhões de alunos participaram da prova, que tinha como tema da redação "o movimento imigratório para o Brasil no século 21". Com base nos textos de apoio oferecidos, os candidatos precisavam propor uma solução para o problema, parte essencial da avaliação. Segundo o professor, porém, é necessário evitar argumentos e posições radicais. "A ação precisa ser moderada. No caso do tema de 2012, qualquer proposta que envolvesse xenofobia, por exemplo, implicaria em uma diminuição da nota", diz Welber, referindo-se ao preconceito contra diferentes culturas e nacionalidades. 

Implementada recentemente no edital da prova, a questão dos valores humanos é uma forma de estimular as escolas a promoverem o protagonismo e a cidadania dos alunos. "Com isso, os educadores precisam passar aos alunos não só conhecimentos de matemática e português, mas também os ensinar a utilizar os conhecimentos adquiridos dentro da sala de aula em transformações culturais e sociais", afirma o supervisor de língua portuguesa do Anglo Vestibulares, Francisco Platão Savioli. 

Como exemplo, Savioli aponta a questão da violência no País. Para ele, o argumento ideal a ser proposto pelos candidatos seria o da igualdade social como forma de acabar com o problema. "Esse tema pode dar abertura a pensamentos radicais, como o da implantação da pena de morte no Brasil. No entanto, o mais adequado seria apresentar saídas para cortar o mal pela raiz. Ou seja, propor o cumprimento da lei e o tratamento das pessoas com dignidade", aconselha. 

Savioli ainda afirma que o grau de dificuldade entre a redação do Enem e as de outros vestibulares, como o da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), é bem parecido, apesar de serem provas bastante diferentes. "Toda prova de redação começa com uma prova de leitura. O teste também faz questão de avaliar a competência que os alunos têm de discutir sobre a questão dada. O Enem, além de tudo isso, exige que os candidatos façam uma proposta de intervenção social que seja viável e objetiva", explica. 

O professor ressalta, ainda, que argumentos vexatórios e preconceituosos na redação são motivos para ter a prova zerada em qualquer vestibular. 

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