Seria o autor da teoria do "Big Bang" um sacerdote católico?
No início da Primeira Guerra Mundial, um jovem belga especialmente dotado para as ciências interrompeu seus estudos na Universidade de Lovaina para alistar-se no exército do seu país.
Seu nome era Georges Lemaître. Condecorado com a Croix de Guerre, não quis, porém, seguir a carreira das armas. Abraçou o estado clerical, retomando também seus estudos de matemáticas e ciências físicas.
Alguns anos depois de ter sido ordenado sacerdote, em 1923, o Pe. Lemaître dava a conhecer sua teoria da origem do universo. Baseando-se em cálculos de Albert Einstein, chegara à conclusão de que o universo nascera da expansão ordenadíssima de um átomo primordial.
Esta tese foi corroborada em 1929, pelo astrônomo norte-americano Edwin Hubble, a partir de observações feitas no telescópio do Monte Wilson.
Os cálculos de ambos os cientistas despertaram controvérsia, pois deitavam por terra a teoria do universo estacionário, até então predominante. A teoria de um universo em expansão reportava forçosamente à ideia de um início e de um Iniciador.
Foi nesse contexto que, durante um programa de rádio da BBC, o cientista britânico Fred Hoyle apelidou ironicamente a teoria de Lemaître de Big Bang — grande explosão —, dando assim origem ao nome com o qual a conhecemos.
O Pe. Georges Lemaître ocupou diversos cargos na Academia Pontifícia das Ciências e foi assessor pessoal de Pio XII. Destacou-se também por manter firme postura de cientista cristão. Faleceu em Lovaina, a 20 de junho de 1966.