Rumo à multinacional: os desafios de virar a chave
Por Access*
O roteiro normalmente é esse: o empreendedor cria sua própria empresa, cresce, se consolida e, posteriormente, ela pode ser vendida a um grupo para dar um novo passo em sua estratégia de expansão. Contudo, nem sempre há um final feliz: uma decisão equivocada, por exemplo, pode comprometer a operação e trazer impactos para o negócio. É preciso ter planejamento e estratégia para que esta transição seja bem feita, garantindo que a saída do antigo dono não afete o relacionamento entre os públicos interno e externo na chegada dos novos executivos.
São vários desafios que fazem parte deste processo. O primeiro é justamente transpor as diferenças culturais. Acostumados com a figura do antigo proprietário, os colaboradores ficam receosos com a mudança, principalmente quando a aquisição é feita por um grande grupo estrangeiro. As pessoas ficam com dúvidas sobre o ambiente de trabalho, rotinas operacionais, demissões e até mesmo o idioma diferente. Para amenizar isso, é recomendado colocar em prática um trabalho de comunicação para mostrar as semelhanças entre os dois modelos de gestão e acolher as mudanças.
Depois, já no dia a dia da empresa, é hora de iniciar a descentralização da tomada de decisões. Normalmente uma empresa ligada ao seu proprietário concentra essas escolhas em torno de sua figura, deixando pouco espaço para a participação dos colaboradores. Uma multinacional, por sua vez, tem por característica delegar funções e empoderar pessoas em determinadas áreas. Assim, há o início de um aprendizado para a tomada de decisões em prol da organização.
Em meio a este movimento interno, é importante manter atenção dedicada aos clientes já existentes, principalmente aqueles que possuíam uma proximidade com o antigo dono. Essa medida mostra a preocupação dos novos executivos em cumprirem os contratos já vigentes e, principalmente, mantém um canal aberto de interação com os parceiros.
Realizar mudanças após uma aquisição não é fácil, mas pode ser o passo que faltava para destaque no mercado. Para não ter traumas nesse processo, basta cuidar dos principais ativos de qualquer organização: o bom relacionamento e a total transparência com seus colaboradores e clientes.