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Novo perfil do vestibulando exige adaptação dos cursos pré-vestibulares

Nova geração de estudantes é influenciada pelas tecnologias digitais, novas oportunidades e aumento da concorrência

18 jul 2016 - 15h23
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A evolução da tecnologia e as novas formas de acesso ao Ensino Superior provocaram mudanças importantes no perfil do vestibulando. A popularização do smartphone gerou uma conectividade intensa, mesmo em sala de aula, mudando o foco de atenção do estudante. "Trabalhar com alunos dessa geração implica uma percepção de que a atenção deles é mais dispersa. Alguns resolveram chamar isso de hiperatividade. É, na verdade, reflexo de uma cultura digital de alta frequência, fixando os padrões cognitivos em modelos voláteis, de pouca consistência. Um desafio para o trabalho de preparação para provas mais exigentes", afirma o professor de História no Curso Positivo, de Curitiba, Daniel Medeiros.

Foto: DINO

Se, por um lado, as redes sociais deram voz aos jovens e os levou a buscar análises mais confiáveis para as questões que os impactam quase em tempo real, por outro, tornou o argumento dos estudantes pouco consistentes, exigindo dos cursos preparatórios a expansão da área de Humanas, com a inclusão da disciplina de Filosofia e Mundo Contemporâneo na grade curricular. A forma de comunicação também mudou e o contato com os professores se estende agora para fora da sala de aula, com a utilização das redes sociais. "Esse trabalho na interface torna-se, cada vez mais, uma outra parte do trabalho do professor e do curso", confirma Medeiros. "O cuidado e o limite desse uso exige uma responsabilidade e uma maturidade enorme, pois todos ficam mais expostos", alerta.

Outros fatores que afetaram bastante o perfil do vestibulando foram a expansão do Enem como ingresso ao Ensino Superior e a política de cotas, que tornou o ingresso do não-cotista muito mais complicado. Para o diretor do Curso Positivo, professor Renato Ribas Vaz, o perfil do vestibulando se dividiu em dois, depois da implantação do sistema de cotas pelo Governo Federal: o vestibulando de escola particular e o vestibulando de escola pública. "Se, por um lado, o estudante de escola pública está cada vez mais perto da universidade federal, o de escola particular viu suas chances reduzirem a 66% das vagas - ou seja, a concorrência, que já era acirrada, aumentou mais que 100%", ressalta.

Diante disso, outro fator chamou a atenção dos cursos pré-vestibulares: os alunos de escola particular estão começando a se preparar para o vestibular com antecedência. "Antigamente, os alunos de cursinho eram aqueles que já tinham tentado um vestibular e não tiveram sucesso. Assim, faziam o preparatório na segunda tentativa. Há algum tempo, os cursinhos absorveram os estudantes do terceirão, que buscavam uma melhor preparação para passar na primeira tentativa. Hoje, estamos recebendo muitos alunos da segunda série do Ensino Médio e, inclusive, alguns da primeira", conta Vaz, um dos professores que fundou o Curso Positivo há mais de quarenta anos.

Em um mundo onde a palavra de ordem é disrupção, ver o perfil do aluno mudar requer adaptações para se manter na liderança de mercado. Por isso, o Curso Positivo anunciou uma série de mudanças, que começam a ser aplicadas ainda em 2016. Entre elas, um novo modelo de revisões e simulado, com maior ênfase nas provas discursivas e redação, de forma a avaliar constantemente os resultados - e não apenas ao final do ano letivo.

Para 2017, mais mudanças são anunciadas. A começar pela data de início das aulas, que passou para 29 de janeiro - mais de um mês de antecedência, comparado aos anos anteriores. "O Enem é realizado no meio do segundo semestre e, em seguida, já começam todos os vestibulares. Assim, o tempo de estudo reduziu bastante. Por isso, a necessidade de adiantar o início das aulas", justifica Vaz. O ano que vem marca também o lançamento de um novo material didático, desenvolvido pelo Curso Positivo nos últimos quatro anos, para preparar o novo vestibulando.

8 Fatores que proporcionaram a mudança no perfil dos vestibulandos:

- Sisu

- Cotas

- Enem

- Google

- Vestibulares cada vez mais cedo

- Smartphones

- Era digital

- Redes Sociais

Perfil do novo vestibulando:

Estudante de escola pública:

Muito conectado, encontra na internet um aliado nos estudos. Mas se entedia em sala de aula, se o professor não tiver uma dinâmica capaz de conquistar a sua atenção durante a explicação. A maior dificuldade na redação é a construção de argumentos consistentes e o uso de gírias da internet. Com o Enem, Sisu e a política de cotas, viu suas chances de ingresso no Ensino Superior se multiplicarem e, por isso, busca o seu espaço. Para isso, os que miram os cursos mais concorridos, como Medicina, Direito e Engenharia, acabam recorrendo aos cursinhos para garantir a vaga.

Estudante de escola particular:

Conectado 24 horas, chega a ser confundido com estudantes hiperativos. Possui grande dificuldade de concentração e memorização, já que as ferramentas de busca e calculadoras estão a um clique de distância. Acostumado com os teclados, tem grandes dificuldades com a caligrafia - e precisa de mais tempo para estudar as questões discursivas e redação. Com o Enem, Sisu e a política de cotas, viu a concorrência aumentar mais de 100% no vestibular. Por isso, sente a necessidade de se preparar desde o início do Ensino Médio.

DINO Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
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