Luciana Lóssio comenta sobre a importância da inclusão feminina na política
TSE promove campanhas visando uma maior representação feminina na política
De acordo com dados reunidos pela União Interparlamentar, uma organização internacional responsável por supervisionar os parlamentos dos Estados, o Brasil permanece distante de alcançar uma boa posição em representatividade feminina na política. Entre os mais de 190 países listados pela organização, o Brasil se encontra apenas na 116ª colocação, o que demonstra um longo caminho a ser percorrido pelo país para atingir um estágio de maior igualdade de gêneros no parlamento nacional.
O fato das mulheres ainda exercerem uma participação limitada na política brasileira, tanto nas disputas eleitorais para cargos no Executivo, como também no Legislativo, estimulou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a criar movimentos de conscientização sobre o tema, que fossem capazes de fomentar o debate nacional acerca da representatividade feminina. Para as eleições de 2016, por exemplo, o tribunal está desenvolvendo uma campanha vinculada em rádios e emissoras de televisão sobre a importância de um maior envolvimento das mulheres na política.
Considerada uma causa nobre e essencial de ser debatida nos dias de hoje, o objetivo do Tribunal Superior Eleitoral é inserir essa reflexão na sociedade brasileira de forma gradual. De acordo com a ministra Luciana Lóssio, após alguns meses desde que a campanha começou a ser divulgada, já tem sido possível observar alguns bons resultados. Luciana destacou que é cada vez mais comum esse debate ser discutido entre rodas de amigos, colegas e familiares, o que contribui para fazer as pessoas pensarem sobre o assunto e se atentarem para a importância da representatividade feminina na política brasileira.
Outra medida fundamental praticada pelo Tribunal Superior Eleitoral é a fiscalização contínua para garantir que os partidos políticos cumpram a cota mínima de ao menos 30% de candidatas mulheres para as eleições de 2016, informou a juíza Luciana Lóssio. Apesar de prevista na Lei Eleitoral 9.504/1997, essa cota mínima permanece sendo descumprida por determinados partidos, os quais estão sendo monitorados de perto pelo tribunal.
Atualmente, as mulheres ocupam apenas cerca de 10% dos cargos políticos da Câmara e do Senado, o que coloca o Brasil atrás até de alguns países muçulmanos no que diz respeito a representação feminina na política. Para a advogada e ministra Luciana Lóssio, uma das principais razões que explicam esse cenário é o ambiente desfavorável em determinados partidos políticos para candidaturas de mulheres, algo que precisa ser modificado o mais rápido possível.
Um dos principais nomes da área do Direito Eleitoral no Brasil, Luciana Lóssio é formada pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) e possui especialização no assunto cursado nas Universidade Anhanguera e também na Fundação Escola Superior do Ministério Público.
Em 2011, a advogada foi convidada a fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral, em uma vaga como substituta, cargo esse que exerceu até 2013, quando foi efetivada e se tornou uma das primeiras mulheres do país a assumirem um posto dessa importância dentro do Tribunal Eleitoral. Além disso, Luciana Lóssio também é membro do Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral (Ibrade) e se dedica a vida acadêmica através de publicações como o artigo "Infidelidade Partidária para cargos majoritários - Análise de um caso concreto".