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Dívidas e poupança em queda impulsionam novos investimentos

Alta do desemprego colabora para o aumento de contas em atraso e brasileiros buscam alternativas para o dinheiro render mais

12 set 2016 - 13h33
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Conta de água, luz, telefone, supermercado… listar as diversas obrigações do trabalhador dá a dimensão do que muitas famílias vivem mensalmente. Com a retração econômica, honrar estes compromissos se torna um desafio ainda maior. E é neste momento que muitas pessoas estão ficando com o nome negativado.

Em 2016, a lista de inadimplentes bateu recordes: foram mais de 60 milhões de endividados no primeiro trimestre do ano. Pesquisa do SPC Brasil revelou também que o número de novatos na lista dos devedores aumentou consideravelmente. Do ano passado para cá, houve um salto de aproximadamente 23% na quantidade de pessoas entrando para o cadastro de inadimplência. Em 2015, elas eram menos da metade, correspondendo a 48,2%, e agora já são cerca de 70% do registro.

Para o professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Dany Rogers, o cenário econômico atual faz com que as taxas de desempregos se agravem, o que, por conseguinte, afeta diretamente os índices de inadimplência. Segundo ele, se houvesse um bom planejamento financeiro, não haveriam tantas pessoas com débitos em atraso. "O planejamento faz com que, mesmo com a perda do emprego, haja uma reserva para que as contas sejam pagas no período em que se busca recolocação no mercado de trabalho", afirma.

Todavia, os números de contas em atraso podem estar se estabilizando. É o que mostra estudo realizado pela Serasa Experian . Em maio houve a primeira queda nos níveis de inadimplência desde 2014. O número de registros passou de 60,7 milhões em abril para 59,4 milhões no mês seguinte. De acordo com a pesquisa, os jovens entre 18 e 25 anos foram os principais responsáveis pela queda.

A melhora desse índice, contudo, ainda não é suficiente. Doutor em Administração e Finanças, Rogers explica que é preciso uma recuperação considerável da economia para que os inadimplentes diminuam de maneira constante. "Se a pessoa perdeu o emprego e não tem renda, não conseguirá honrar seus compromissos. Com a economia retraída, mesmo se fizer um empréstimo para tentar cobrir as despesas, o mais provável é que o cidadão terá em breve mais uma dívida em mãos", argumenta o professor.

A Associação Nacional dos Birôs de Crédito (ANBC) tem previsão em conformidade com a perspectiva de Dany Rogers. A instituição estima que somente a partir de 2018 os níveis de inadimplência vão apresentar recuperação. Essa demora, segundo a ANBC, deve-se especialmente à perspectiva de aumento do desemprego para os próximos meses.

Mau desempenho da poupança impressiona

Segundo os especialistas que conduziram o levantamento da Serasa Experian, entre os motivos da diminuição de inadimplentes estão a busca por linhas de crédito e os saques na poupança. A poupança, aliás, vem demonstrando aumentos expressivos de retiradas nos últimos meses.

Há oito meses a quantidade de retiradas é maior do que o de aplicações. Entre janeiro e agosto de 2016, o total de saques chegou a R$ 48,1 bilhões. Apesar de expressivo, o valor não é o maior registrado, já que no mesmo período do ano passado a soma foi de R$ 48,4 bilhões.

Em 2015, o desempenho da poupança foi muito ruim. O volume total retirado da poupança superou os R$ 53 bilhões. Este patamar é o maior registrado na última década no comparativo entre saques e depósitos. A soma também corresponde à maior já registrada em um ano desde o início da série histórica do Banco Central.

Segundo o pesquisador Dany Rogers, as principais motivações para essa retirada em massa são a perda ou diminuição de renda e as dívidas. "A população está consumindo sua reserva financeira para sobrevivência. A facilidade de acesso à poupança faz com que muitos brasileiros usem o dinheiro guardado para cobrir despesas e saldar débitos", completa.

Investimentos mais rentáveis na mira dos brasileiros

Outro fator que está contribuindo para perda de popularidade da poupança é o chamado rendimento poupança . Muitos já perceberam que, com a alta da inflação, deixar dinheiro parado nesta modalidade não é uma boa ideia. É por isso que os brasileiros estão migrando da caderneta para outros investimentos em busca de maior rentabilidade.

Investimentos vinculados à Selic, a taxa básica de juros definida pelo Banco Central, vêm conquistando o espaço da poupança. Títulos do Tesouro Direto e CDB's (Certificados de Crédito Bancário) também estão entre os mais procurados pelos novos investidores.

Além do bom rendimento, essas modalidades possuem mais uma vantagem que ajuda a conquistar quem quer investir dinheiro. CDB's e títulos públicos podem ser usados como margem de garantia para comprar e vender ações na Bolsa de Valores.

A possibilidade de se tornar sócio de grandes empresas como Petrobras, Vale e Ambev faz com que cada vez mais brasileiros invistam no Mercado de Ações. A presença feminina também vem crescendo nesse mercado.

Para Daniela Vinha, bióloga e investidora, a facilidade de acesso à informação qualificada pode ter contribuído para esse aumento. "Eu tinha vontade de investir, mas não sabia como. Encontrei muito conteúdo na internet, estudei com afinco e hoje já me sinto mais confiante para operar na Bolsa. É um aprendizado constante", conclui.

DINO Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
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