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Clientes da Urbplan vão à justiça por atraso na entrega de terrenos do Parque Nova Guarulhos

26 out 2016 - 19h25
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A Justiça de Guarulhos tem determinado a devolução de valores pagos por consumidores que adquiriram lotes no Parque Nova Guarulhos, que fica na estrada Nazaré Paulista, no bairro Fortaleza, em Guarulhos, inclusive com decisões em segunda instância.

Foto: DINO

O motivo para tais decisões é o mesmo que ocorre em várias outras cidades nas quais a empresa Scopel, hoje Urbplan, lançou loteamentos e não cumpriu os prazos.

Centenas de pessoas estão enfrentando dificuldades para receber os terrenos que compraram da empresa para dar início às construções de suas casas.

O empreendimento foi lançado no começo de 2012, com grande estardalhaço, e os compradores ainda se lembram que enfrentaram longas filas, embaixo de chuva e com muita lama sob os pés, para conseguir uma senha de atendimento e fechar o contrato com prazo de entrega de dois anos.

Mas dezenas deles enfrentam problemas judiciais desde então, envolvendo questões de desapropriação, falta de documentação junto ao cartório de imóveis de Guarulhos e até mesmo o medo de ver o loteamento invadido.

Até outubro de 2016 o loteamento não foi entregue e os adquirentes temem que o empreendimento seja entregue sem várias das benfeitorias prometidas, como praças, quiosques, playground e churrasqueiras.

Para desespero máximo dos compradores, em setembro de 2016 foi registrado na Justiça da cidade de São Paulo um pedido da decretação de falência da Scopel / Urbplan, por administração temerária, trazendo desesperança às famílias.

Segundo o advogado Carlos Henrique Bastos da Silva, do escritório Bastos Silva e Gnann Sociedade de Advogados, que representa vários dos consumidores, "os juízes de Guarulhos têm acolhido os argumentos dos compradores e com isso determinam a devolução integral dos valores pagos, com juros e correção monetária, além de danos morais".

Ainda segundo o advogado, os consumidores podem pedir a rescisão contratual ou a indenização pelo atraso, ou mesmo pleitear ambos. "O importante é que o consumidor busque por seus direitos e não se deixe amedrontar com ameaças de inclusão do Serasa, perda do lote ou coisas do gênero. Afinal, o atraso é do fornecedor", afirma o advogado Carlos Henrique.

Um dos compradores prejudicados pela empresa Urbplan é o motorista, Ernesto de Freitas Junior, que depois de mover ação judicial foi beneficiado pela Justiça de Guarulhos, e se diz abençoado com o resultado. "Agora posso respirar aliviado, pois sei que terei meu dinheiro de volta, afinal adquiri dois lotes, acreditei na empresa", contou Ernesto.

Outro comprador descontente é Robeelson Nonato, operador de máquinas, que comprou o lote em 2012 para ali construir sua residência em 2014. Ele conta que comprou vários dos materiais de construção para que quando chegasse a ocasião de construir, estaria tudo pago, mas até o momento não recebeu seu lote. Nonato revela que, mesmo com o atraso não gostaria de devolver o terreno e receber o dinheiro de volta. Ele acredita que a entrega ocorra, mas entrou com um processo de indenização pelo atraso e por danos morais e se diz esperançoso do sucesso. Ele revelou também que as parcelas que eram pré- fixadas em R$ 886,00, já estão em R$ 1.300,00 ao mês, o que não faz parte do contrato, que estabelecia parcelas fixas. "Das 95 parcelas, já pagamos 56 e até agora não temos notícia da entrega", desabafa o comprador.

Mais problemas

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura Municipal de Guarulhos afirmou que os problemas não estão resolvidos, pois ainda há para fazer. Pressionada pela diretoria da Scopel / Urbplan, a Prefeitura até liberou a construção de casas no local, o que, segundo o advogado, Carlos Henrique Bastos, é algo temerário pois "as legislações federal e municipal não dizem nada sobre a emissão parcial do Termo de Verificação Final, o que seria um contra senso. Além disso, sem a emissão do Termo de Verificação Final as residências por ventura construídas não podem obter o 'habite-se', ou seja, ao menos em tese, quem lá constrói não pode morar, vender e obter financiamento".

De qualquer forma, a Secretaria Municipal não quis se manifestar sobre os perigos do tal Termo de Verificação Final "parcial", mas afirma que a empresa empreendedora só terá o TVF quando tudo estiver correto.

A Urbplan, por meio da assessoria de imprensa, Flöter&Schauff, declarou que seu departamento jurídico estava levantando o caso para fornecer um posicionamento mais detalhado, no entanto não se manifestou até o momento.

DINO Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
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