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Raios de primavera e de verão

Eles matam e estão só começando

21 out 2016 - 23h52
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Brasil é o campeão mundial de raios, o que é explicado por sua localização geográfica que permite a formação das nuvens convectivas por todo o país e em grande parte do ano. São as nuvens convectivas que geram os raios.

Em média, 50 milhões de raios caem sobre o país todos os anos, de acordo com a pesquisa do ELAT - Grupo de Eletricidade Atmosférica do INPE. A primavera e o verão são as estações com maior quantidade de descargas elétricas na atmosfera porque é são as estações mais quentes do ano. É na primavera que o ar sobre o Brasil começa a esquentar e a ficar mais úmido. Umidade do ar elevada e calor são os ingredientes essenciais para a formação das nuvens convectivas que geram os raios.

Os raios podem ocorrer apenas entre as nuvens, mas também da nuvem para o solo e do solo para a nuvem.

Um estudo feito pelo ELAT/INPE a partir de dados da quantidade de descargas elétricas detectadas entre os anos 2000 e 2014 mostrou que o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com maior concentração de raios. É lá também que ocorrem os raios mais destrutivos. Sergipe é o estado do Brasil com menor incidência de raios.

Entre os anos 2000 a 2014, a cidade de Porto Real, no sul do estado do Rio de Janeiro, foi a que recebeu mais descargas elétricas no Brasil. Foram quase 20 descargas por quilômetro quadrado em um ano.

Foto: Climatempo

Raios matam

Entre 2000 e 2014, 263 pessoas morreram por causa de raios no estado de São Paulo, a maior quantidade de mortes entre os estados brasileiros. A cidade de São Paulo lidera o ranking de municípios com 26 mortes neste período.

 

Foto: Climatempo

O levantamento feito pelo ELAT/INPE revelou que o número de mortes por raios diminuiu no Brasil no período de 2000 a 2014 quando comparado com os dados de 2000 a 2009: foram 111 vítimas fatais de 2000 a 2014, em média, por ano,  e 132 mortes por raios entre 2000 e 2009, na média anual.

Em 2014 foram registradas 97 vítimas fatais por raios no Brasil.

Foto: Climatempo

Dois dados do período de 2000 a 2014 são preocupantes: a idade das vítimas diminuiu e a pesquisa sobre as circunstâncias das mortes mostrou que mais pessoas estão morrendo dentro de casa vítimas de descargas elétricas.

Foto: Climatempo

Em relação à distribuição de raios sobre as diferentes Regiões do Brasil, a análise dos dados de 2000 a 2014 revelou que a quantidade de vítimas fatais por raios aumentou na Região Norte, mas diminuiu no Sudeste e no Centro-Oeste. O Sul e o Nordeste ficaram relativamente estáveis em relação ao número de vítimas registradas no período de 2000 a 2009.

Sendo a Região mais populosa do país, o Sudeste continua sendo a líder no número de mortes por raios, em relação à pesquisa feita de 2000 a 2009.

 

Foto: Climatempo

Entre os dias 14 e 20 de outubro de 2016 quase toda a chuva do Brasil caiu sobre a Região Sul, em particular sobre o Rio Grande do Sul. Durante as tempestades que ocorreram na Região Sul neste período, a Defesa Civil de Santa Catarina confirmou a morte de um agricultor no dia 17 de outubro em São Carlos, no oeste de Santa Catarina.

Nos temporais que ocorreram em São Paulo no dia 20 de outubro, uma pessoa morreu eletrocutada.

Segundo informação do site do ELAT/INPE, em 2016 os Estados Unidos registraram o maior número de morte por raios desde 2010. Foram 27 vítimas fatais por causa de raios somente até agosto. A NOOA - National Oceanic and Atmospheric Administration - revelou que já uma quantidade de mortes maior do que a observada durante todo o ano de 2015. A maioria das mortes ocorreu em estados do sul e no sudoeste dos Estados Unidos, onde os temporais de verão são mais frequentes e intensos.

Em Carmel, cidade do estado de Indiana, na porção norte dos Estados Unidos, uma descarga elétrica penetrou no jardim de uma casa em 21/10/16 formando uma grande fenda e fazendo com que pedaços da grama voassem até para o telhado.

Foto: Climatempo
Climatempo
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