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WWF pede criação de uma grande reserva marinha para salvar a Antártida

14 out 2016 - 04h05
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O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) pediu nesta sexta-feira para criar uma grande reserva marinha protegida na Antártida, considerando que ajudará a diminuir os efeitos da mudança climática e conservar a vida nesse continente.

A maior organização conservacionista independente do mundo fez o pedido em um relatório que apresentará na reunião da Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marítimos Antárticos (CCAMLR, sigla em inglês) da próxima semana, na Austrália, onde serão abordadas propostas para criação de áreas marinhas protegidas.

No documento, que analisa a situação do continente branco e seu oceano, o WWF afirma a necessidade de fazer progressos para conservar a biodiversidade da Antártida, sobretudo na luta contra a mudança climática e a criação de áreas marinhas protegidas.

"A mudança climática tem um impacto profundo em toda a Antártica já que põe em um risco crescente os habitats e a biodiversidade através da perda do gelo, o aquecimento das águas e a acidificação", disse Christopher Johnson, cientista marinho do WWF em comunicado.

Segundo a organização, um terço das colônias de pinguins adelaide (Pygoscelis adeliae) poderiam desaparecer em 2060 pelo impacto da mudança climática em suas fontes de alimentos de krill e peixes.

O WWF também alertou para o surgimento de uma rachadura de 130 km de comprimento na plataforma de gelo Larsen C, a quarta maior da Antártida com uns 50 mil quilômetros quadrados, e o recuo de 596 dos 674 geleiras no litoral ocidental da Península Antártica.

Os conservacionistas pediram para a CCAMLR que aprove as propostas de criação de reservas no Mar de Ross e a Antártida oriental, como medida para diminuir o impacto da mudança climática no continente branco e as águas que o rodeiam.

No ano passado, a CCAMLR não aprovou a proposta dos Estados Unidos e Nova Zelândia para proteger uma área de cerca de 1,5 milhão de quilômetros quadrados no Mar de Ross, nem a da Austrália, França e a UE para a criação de uma reserva de um milhão de quilômetros quadrados nas águas do leste da Antártida.

O relatório do WWF também observa medidas necessárias a vigilância da pesca do krill, proteção de espécies emblemáticas, prevenção das espécies invasoras e a poluição.

"Só fizeram progressos importantes em dois assuntos: o freio a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, assim como a redução da captura incidental de aves", afirmou o WWF.

O Oceano Antártico abriga mais de 10 mil espécies únicas, entre elas a maioria da comunidade mundial de pinguins, baleias, aves marinhas, lulas gigantes e o bacalhau austral, pescado que representa o principal das companhias pesqueiras que operam na região.

EFE   
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